Quebrar o dedo ou o nariz, o que é menos pior?
É comum ouvir, a expressão “menos pior”.
Acreditem! Menos pior é exatamente como falar “mais melhor”
Então por qual motivo algumas pessoas acham normal falar “menos pior” ao passo em que condenam “mais melhor”?
A verdade necessária...
“Pior” é a forma empregada nas frases comparativas do tipo: “ele é pior do que ela em física”.
Pior, nesse caso, quer dizer “mais mau”, “mais ruim”.
Outro exemplo é “ele canta pior do que ela”.
Onde “pior” equivale a “mais mal”.
Note-se...
Em português, não se diz “mais mau” ou “mais mal”
A forma “pior” substitui ambas as construções.
Esclarecendo...
Os graus do adjetivo, são o comparativo e o superlativo.
O comparativo, como o próprio nome já deixa claro, aparece em situações nas quais um adjetivo é atribuído a dois elementos em uma relação de comparação.
Se, por exemplo, o adjetivo for “pobre”, diremos que “Roberto é tão pobre quanto Fabio”. Temos um comparativo de igualdade.
“Roberto é mais pobre que Fabio”. Temos um comparativo de superioridade.
“Roberto é menos pobre que Fabio”. Temos um comparativo de inferioridade.
São, portanto, as palavras tão, mais e menos que determinam se o comparativo é de igualdade, superioridade ou inferioridade.
Observe que as formas irregulares “melhor” e “pior” são do comparativo de superioridade.
Essas formas também são empregadas no grau superlativo relativo de superioridade.
No grau superlativo relativo, temos um adjetivo atribuído a um ser que se relaciona não a outro, mas a um conjunto de seres ou à totalidade dos seres de sua espécie.
Assim...
“Roberto é o mais pobre da escola”. Temos um superlativo relativo de superioridade.
“Roberto é o menos pobre da escola”. Temos um superlativo relativo de inferioridade.
Como vemos, a ideia de superioridade e a de inferioridade expressam-se pelas palavras “mais” e “menos”, respectivamente.
Mais uma vez, teremos “melhor” e “pior” nas formas de superioridade: “Roberto é o pior de todos”: no sentido de “mais mau”
“Roberto é o melhor de todos”: no sentido de “mais bom”.
Ou seja...
Não é um conselho, ou uma dica, e sim um pedido:
Não digam por exemplo: “Agir dessa forma é menos pior”, somente pela questão inusitada de não concordar, em uma eventual comparação de fatos, onde ambos são fatos ruins, que um deles é melhor.
Mesmo, em dois eventos hipoteticamente condenáveis, se eles não forem equivalentes, diz-se sempre, e tão somente, que um dos fatos é melhor ou pior.
O macete é inverter as sentenças caso seja desconfortável falar que algo é melhor do que outro, como segue:
Quebrei o dedo e o nariz.
Vamos as possibilidades...
“Quebrar o nariz é ruim”
“Quebrar o dedo é ruim”
“Quebrar o dedo é melhor do que quebrar o nariz”
“Quebrar o nariz é pior do que quebrar o dedo”
Jamais...
“Quebrar o dedo é menos pior do que quebrar o nariz”