PEDIR PARA

Segundo os gramáticos normativos, a construção PEDIR PARA só é usada corretamente quando significa pedir “licença” ou “permissão”. Vamos aos exemplos!

José pediu para sair. É o mesmo que: José pediu permissão (ou licença) para sair. (Correto)

“Eu pedi a todos para que não faltassem.” (Errado)

Eu pedi a todos que não faltassem. (Correto)

Obs.: Veja que, nos dois últimos exemplos, eu não estou pedindo permissão ou licença. Portanto, segundo os gramáticos, eu não posso usar PEDIR PARA nesses dois últimos exemplos.

Outros:

“O aluno pediu para sair da sala.” Ou seja: O aluno pediu licença (permissão) para sair da sala. (Correto)

João pediu para falar. Ou seja: João pediu permissão para falar. (Correto)

“Pediram ‘para’ eu ficar com você.” (Errado)

“Pediram que eu ficasse com você.” (Correto)

“Seu pai pediu ‘para’ você ir ao escritório.” (Errado)

“Seu pai pediu que você fosse ao escritório.” (Correto)

Seu pai pede que você vá ao escritório. (Correto)

O professor pediu para os alunos saírem. (Errado)

O professor pediu que os alunos saíssem. (Correto)

O professor pediu para sair mais cedo. Ou seja: O professor pediu permissão para sair mais cedo. (Correto)

Sophia pediu para ir à festa. Ou seja: Sophia pediu permissão para ir à festa. (Correto)

"O aluno pediu para ir ao banheiro." (Correto)

"O aluno pediu licença para ir ao banheiro." (correto)

“... peço para que você retire também meus comentários.” (Variedade coloquial, espontânea, sem preocupação com as normas gramaticais; informal; do cotidiano. Segundo os gramáticos, não é correta essa construção; deve ser evitada).

... peço que você retire também meus comentários. (Correto)

Nota: As aspas mostram que os exemplos aspeados não foram construídos (elaborados) por mim, mas pelos autores das obras que mostrarei abaixo.

Obs.: No cotidiano, a nossa fala é espontânea; é bom que seja assim. O que importa, nas conversas do dia a dia, é a boa comunicação, que não depende da obediência à gramática normativa. Portanto, podemos ficar tranquilos para nos comunicar. Eu, por exemplo, no dia a dia, no contato com as pessoas, abraço a variedade coloquial. Seria muito esquisito se eu agisse diferente. No entanto, a gramática normativa é importante na hora de concursos, ao escrevermos um texto e nos momentos em que devemos falar obedecendo ao que é preceituado pela norma-padrão. Por exemplo, numa entrevista, num programa de rádio ou televisão, numa palestra, na hora de falar ao público, neste texto. Tudo depende do lugar e do momento, das pessoas a quem nos dirigimos e com as quais nos comunicamos. No namoro, por exemplo, ninguém vai se preocupar com a norma-padrão. Seria estranha e imprópria essa preocupação. No namoro, tudo deve ser livre e espontâneo (rs), assim como na relação familiar. O importante é sabermos usar a variedade linguística de acordo com o momento e o lugar.

Lembre-se de que obedecer à norma-padrão não significa falar difícil. Escrever bem não significa escrever difícil. Lembre-se de que falamos bem quando falamos de acordo com o momento e o lugar. A variedade popular é importante. A norma-padrão também é importante. Repito: tudo depende de saber usar a variedade certa no momento certo.

É isso!

OBRAS CONSULTADAS:

Português Bem Mais Fácil: tudo sobre regência e crase, de LUIZ ANTONIO SACCONI;

O Português do Dia-a-dia: como falar e escrever melhor, do PROF. SÉRGIO NOGUEIRA DUARTE DA SILVA;

Mais Dicas da Dad: português com humor, de DAD SQUARISI;

Os 300 Erros Mais Comuns da Língua Portuguesa, de EDUARDO MARTINS. Uma obra póstuma;

Moderna Gramática Portuguesa, de EVANILDO BECHARA.

Domingos Ivan Barbosa
Enviado por Domingos Ivan Barbosa em 08/01/2015
Reeditado em 08/01/2015
Código do texto: T5095128
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