“POLISSEMIA DO PAU”
 
Enquanto, concretamente, PAU é um pedaço de madeira,
Na forma chula, PAU vê no pênis a palavra referendada.
PAU-brasil é árvore nobre que tem a cerne avermelhada,
E PAU-de-arara é o caminhão de imigrante, que não para na fronteira.
 
PAU-de-sebo é um mastro escorregadio das festas juninas, o procurado;
PAU-mandado é aquele que faz tudo que lhe mandam fazer;
 PAU-para-toda-obra não conhece preguiça, gosta de aparecer,
Enquanto o PAU-d’água, se não for raiz, bebe todas, um embriagado.
 
Não esqueçamos as paredes de PAU-a-pique, numa boa,
Que dão sustentação PAU-a-PAU com o tijolo da olaria,
Não fosse assim o pedreiro iria ver com quantos PAUS se faz a canoa.
 
A consequência nessa hora é o PAU de fogo para resolver a questão
Que para se defender do PAU com formiga só um PAU furado resolveria,
Mas o melhor para todos, não quebrar o PAU é a solução.
 
(ARO/2014)