Semântica & Estilística
A semântica é o estudo do significado. Incide sobre a relação entre significantes, tais como palavras, frases, sinais e símbolos, e o que eles representam, a sua denotação. A semântica linguística estuda o significado usado por seres humanos para se expressar através da linguagem. Outras formas de semântica incluem a semântica nas linguagens de programação, lógica formal, e semiótica.
Em sentido largo, pode-se entender semântica como um ramo dos estudos linguísticos que se ocupa dos significados produzidos pelas diversas formas de uma língua. Dentro dessa definição ampla, pertence ao domínio da semântica tanto a preocupação com determinar o significado dos elementos constituintes das palavras (prefixo, radical, sufixo) como o das palavras no seu todo e ainda o de frases inteiras.
Já estilística é o ramo da linguística que estuda as variações da língua e sua utilização, incluindo o uso estético da linguagem e as suas diferentes aplicações dependendo do contexto ou situação. Por exemplo, a língua de publicidade, política, religião, autores individuais, ou a língua de um período, todos pertencem a uma situação particular. Em outras palavras, todos possuem um "lugar".
Na estilística, analisa-se a capacidade de provocar sugestões e emoções usando certas fórmulas e efeitos de estilo, por exemplo, as características da estilística incluiem o uso do diálogo, incluindo acentos regionais e os dialetos desse determinado povo, língua descritiva, o uso da gramática, tal como a voz passiva ou voz ativa, o uso da língua particular, etc. Além disso, a estilística é um termo distintivo que pode ser usado para determinar conexões entre forma e efeitos dentro de uma variedade particular da língua. Consequentemente, a estilística visa ao que "acontece" dentro da língua; o que as associações linguísticas revelam do estilo da língua.
Em geral, a situação em que um tipo de língua é encontrado pode geralmente ser vista enquanto apropriada ou imprópria ao estilo da língua que se usou. Uma carta pessoal de amor provavelmente não possuiria a linguagem apropriada para este tipo de artigo. Entretanto, dentro da língua de uma correspondência romântica o estilo da carta e seu contexto podem estar relacionados. Pode ser intenção do autor incluir uma palavra, frase ou sentença que não apenas transmite os sentimentos de afeição, mas também reflete o ambiente original de sua composição romântica. Mesmo assim, usando uma suposta língua convencional e aparentemente apropriada dentro de um contexto específico (as palavras aparentemente apropriadas que correspondem à situação em que aparecem), existe a possibilidade que nesta língua possa faltar o sentido e deixar de transmitir fielmente a mensagem destinada ao leitor do autor, tornando assim tal linguagem obsoleta precisamente devido à sua convencionalidade. Além disso, para qualquer escritor que pretenda transmitir a sua opinião em uma variedade de linguagem que sinta, é adequado para o contexto encontrar-se involuntariamente em conformidade com um estilo particular, que, em seguida, obscurece o conteúdo da sua escrita.
A divisão proposta pelo francês Pierre Giraud abarca duas condições de origem: aquelas figuras usadas pelo próprio idioma (estilística da língua), e aquelas criadas pelo autor (estilística genética). Para aqueles que a entendem como uma divisão da gramática, a Estilística divide-se em:
• Figuras de sintaxe ou de construção - das quais as mais importantes são a elipse (com a subespécie zeugma), pleonasmo, polissíndeto, inversão (hipérbato, anástrofe, prolepse e sínquise), anacoluto, silepse, onomatopéia e repetição.
• Figuras de palavras - onde se tem a metáfora, a metonímia (e seu caso especial: a sinédoque), catacrese e antonomásia.
• Figuras de pensamento - antítese, apóstrofe, eufemismo, disfemismo, hipérbole, ironia (antífrase), personificação e retificação.
Segundo essa divisão, a ela cabe, também, o estudo dos chamados Vícios de linguagem, tais como a ambiguidade (anfibologia), barbarismo, cacofonia, estrangeirismo, colisão, eco, solecismo e obscuridade.