«Professor Littera-Lu, "fiquei". Podia repetir a frase?»
Entre os meus amáveis alunos e consulentes, há um extraordinário caturra, que teve a paciência e o vagar de me pedir para repetir sucessivamente 'vinte e duas vezes' muitas frases, algumas de 56 palavras, nenhuma de menos de 12! Que pachorra, e que belos rendimentos! Muito bem. Depois das aulas de ontem, de português e de inglês, no qual esse aluno é participativo, ele reclamava de mim, por eu ditar a matéria à pressa, já que a matéria, quando o terceiro parágrafo foi ditado, estava a escrever o primeiro, e não o segundo. Esse aluno é mestre em escrita mole para boi dormir: nos ditados, é sempre ele a deixar-se ficar atrás, “mas os parágrafos infelizmente não foram escritos”; é sempre “o professor Littera-Lu que dita a matéria à pressa” e outras mumunhas. Já foi assim quando estava no Colégio Estrela do Saber, facto que irritava profundamente seus colegas. Hoje, ele reclamou desta forma: "Professor Littera-Lu, fiquei. Podia repetir a frase?"
Peço licença... para corrigir:
Pelo menos em Portugal, diz-se: «fiquei atrás», «deixei-me ficar atrás/para atrás», «atrasei-me».
Ir contra o uso de qualquer dessas formas é dar murro em ponta de faca. Afirmo. Digo, afirmo.