Muleca ou moleque vem de mu, mula, besta; Muçarela e estrogonofe: ortografia
Assim como o tropeiro mineiro, de Minas Gerais, há eventos que aproximam a Colômbia com o Brasil. La Mulada se assemelha à presença das mulas ou burro, usado desde o Brasil colonial, para o transporte de carga de ouro, pedras preciosas, couro, café, etc. O tropeirismo de Minas Gerais é uma das versões da festividade Colombiana La Mulada, cuja relevância ou valor é peculiar das cavalhadas do Brasil ou a presença do Jegue do Nordeste brasileiro. Ou ainda aos costumes do uso da mula entre os gaúchos do sul do Brasil.
A cada ano há uma massa característica em Antioquia de “arriería” evento da cultura regional, chamada La mulada. Ela representa uma região evento de raízes “sui generis”, semelhante a como a equitação no México ou a tradição gaúcha no Brasil, Argentina e Uruguai.
Durante La Mulada, a partir de várias cidades e vilas centenas de transportadores, reúnem-se pessos com milhares de mulas, e andaram com esses animais por 11 dias em todo da Colômbia e, finalmente, em Medellín, onde se celebram as suas tradições e as memórias. Ao longo do caminho, os portadores distribuiem alimentos e presentes para os moradores de baixa renda ao longo da peregrinação. (Minha versão do espanhol a partir do site http://es.wikipedia.org/wiki/Arriero, site de 25 dez 2013, às 11:28).
O Dicionário prático-ilustrado Lello & Irmãos Editores (1955), de Jaime de Séguier, da cidade do Porto, de 1955, aponta o sentido de mula como sendo:
Mula: o feminino de mu [forma retrata ou arcaica de mulo]. Mulata como manada de mulas. Muladar: esterqueira, tudo que enodoa. Mulata: mulher muito escura. Mulato: (de mulo): que nasceu de mãe branca e pai preto ou o contrário. Tem cor escura da pele: trigueiro. Mulataria: chusma de mulatos. Há também muar: Substantivo. 2 gên. Besta muar. Mula: carro puxado por muares. Adjetivo 2 gên. (latim: mulare). Que é da raça dos mus: gado muar. (LELLO & IRMÃOS, 1955, p. 846-848)
O mesmo dicionário traz o sentido de arriero assim:
Arrieiro: Substantivo masculino. É aquele que aluga ou conduz bestas. Almocreve, alquilador, azemel. Sentido figurado: homem rude, grosseiro, bruto. Arreio: no castelhano: aparelho usado em bestas ou mulas. Sentido figurado: Enfeite ou adorno. (1955, p. 110)
No mesmo dicionário acima (1955), por inferência dos hibridismos lingüísticos e culturais, os termos de conotação etnocêntrica e racista vêm à tona, porque “somos traídos pela linguagem”, ou seja, “a boca fala do que está cheio o coração” em um Brasil racista, tropicamente português, marcado por práticas seculares escravistas durante toda a colonização:
“Moleca é negra ou preta pequena, de pouca idade. Molecada: bando de moleques; molecagem: ato próprio de moleque, ato ruim. Molecão: moleque taludo, encorpado; molecar: proceder ou divertir-se como moleque.” (1955, p. 831)
No Dicionário novo Aurélio – século XXI (1999, p. 197), o termo arre! “designa cólera ou enfado”. E há afinidade etimológica com a interjeição arre! no espanhol, por isso “se emprega para incitar as bestas a andarem.” Quem conduz ou incita as bestas é o arreador, cavaleiro/amazonas, domador(a): “aquele que arreia, [que usa] arreio” (idem). Pode ser o “relho comprido com que os campeiros” [gaúchos e outros treinadores do Rio Grande do Sul] “tocam os animais.” (ibidem)
Esse mesmo dicionário ainda apresenta arrear (verbo da primeira conjugação, no sentido de prover, provisão), assim: “Derivado do Latim vulgar: arredare”. (ibidem) E designa “pôr arreios em aparelhar ou enfeitar(-se), adornar(-se), ataviar(-se).” Arreatamento: “ato ou efeito de arrear(-se): o conjunto de peças necessárias a montaria do cavalo (éguas. bestas, mulas, burros, jumento, jegue), arreio, arreios.” (ibidem)
No mesmo dicionário, há também arreata: “correia ou corda com que se prendem e por onde se conduzem as bestas.” (ibidem) Pode ser no sentido, então, de “reata, reate.” E arreatada exprime a ideia de “pancada com arreata.” Arreatadura: “prender com arreata.” (ibidem)
No mesmo Dicionário novo Aurélio – século XXI (1999, p. 1355), o termo moleque abriu precedentes para novas palavras e expressões do contexto dos engenhos, minas e quilombos, periferias e as idiossincrasias da economia e vida domésticas das Casas Grandes e Senzalas. São palavras do africanismo com a aclimatação dos novos elementos geopolíticos e sociais do Brasil português e tupi-guarani. Podem-se vislumbrar palavras como molecar, molequear, moleque, moleca (feminino de moleque), melecada (ato ou efeito de fazer peraltices ou coletivo de meninada), molequice, molequeira, molecagem, moleque(ca)mente pertencem ao mesmo campo semântico ou cognatos ou famílias de palavras, que tem como radical etimológico latino mula, ae, palavras da primeira declinação latina. Especificamente, moleque evoca o falar quibombo com uma síncope intervocálica em mu’leke para designar negrinho, por sinonímia arrastam-se outros termos afins: menino , cabocho, garoto, guri, guria (italiano).
No Brasil, moleque visualiza a condição de um menino ou alguém “engraçado, pilhérico, trovista, jocoso”, pobre, simples, pacato, menino de pouca palavra (discreto, desconfiado, introvertido), sem muita instrução (analfabeto), humilde, “menino de pouca idade, jovem doméstico, moleque de cozinha” (como os mencionados em Casa Grande & senzala ou nos textos machadianos ou da literatura do império durante do Romantismo e Naturalismo-Realismo) ou com conotação pejorativa: rebelde, malandro “canalha, patife, velhaco”, diabólico, endemoniado, sujo, indecoroso, grotesco, genioso, de gênio ruim.
Houve um leque de criações derivativas do termo moleque em substantivos compostos como pé-de-moleque que teve sua origem talvez na Bahia com a expressão: “pede, moleque, que eu te dou o que queres...” Veja em Novo Aurélio (1999):
“Moleque-d’água (entidade folclórica: cabloco-d’água), moleque-de-assentar (pau usado nos engenhos para igualar o açúcar em caixas de madeiras) , moleque-de-surrão (diabo), moleque-duro (nome de arbusto do nordeste).” (1999, p.1355)
Com o tempo, os avanços genéticos dos cruzamentos entre eles animais, em laboratório, deu origem ao jumentinho ou àquele de circo tão pequenino: o pônei. Hoje expostos em espetáculos circenses e atrativos em parques temáticos para a criançada sequiosa de curiosidades ou visita a fazendas e chácara de ricos e colecionadores desses amáveis animais.
As Imagens dispersas da literatura do tropeiro
A mula e o tropeiro são personagens discretos da literatura mundial e brasileira. A mula (do latim: mula, ae) não é apenas “animal fêmea resultante do cruzamento de um jumento com uma égua.”
Mula, mulo, mu, besta, burro, macho ou jerico (ilhas da Madeira e Porto Santo e regiões do Brasil), em seu significado moderno comum, é o indivíduo híbrido resultante do cruzamento de um jumento, Equus africanus asinus, com uma égua, Equus caballus ou de um cavalo com uma jumenta. Só existem mulas fêmeas. Devido ao fato de cavalos possuírem 52 cromossomas, enquanto o jumento possui 56, resultando em 54 cromossomas, os mulos são, quase sempre, estéreis. São raros os casos em que uma mula deu à luz; com efeito, desde 1527, data em que os casos começaram a ser arquivados, apenas 60 casos foram registrados. http://pt.wikipedia.org/wiki/Mula, em 16h08min de 28 de novembro de 2013.
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Muçarela ou mussarela ?
http://www.comoescreve.com/2013/03/mucarela-ou-mussarela.html
Muçarela ou mussarela
Na Itália se escreve mozzarella com dois z – em português os dois z de palavra iitaliana se transforma em ç Carozza – carroça
Razza - raça
Pois é! Muçarela se escreve corretamente assim: MUÇARELA.
Muçarela vem do italiano, mozzarella. Como o bom e velho português não está acostumado com o "z" duplicado, a elite dos letrados trocou os dois "z" pelo "ç". Portanto, o correto é: MUÇARELA. Porém, caiu no gosto popular a forma "mussarela", que acabou se consagrando como mais um daqueles erros de grafia que, de tanto serem repetidos, parecem que estão certos.
Muçarela ou mussarela?
Escrever "mussarela" está errado!
O certo é "muçarela", mas as pessoas insistem em "mussarela".
E certamente se você se ousar em escrever muçarela vão te chamar de ignorante
Diante da situação, o que fazer?
Ignorar a regra e grafar "mussarela" conforme a maioria? Ou acatar a prescrição da norma e escrever "muçarela"?
Eu vou dizer o que faço: escrevo "muçarela", mas não corrijo quem escreve "mussarela", pois sei que este é mais um dos tantos erros que o uso consagrou.
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strogonoff - nome masculino
http://www.portaldalinguaportuguesa.org/advanced.php?action=lemma&lemma=51798
stro·go·noff
singular strogonoff
plural strogonoffs
Flexiona como : casa
estrangeirismo; língua de origem: inglês - forma adaptada: estrogonofe
variante de : estrogonofe