Regência é um importante assunto da nossa querida Gramática.
Estudando a regência dos verbos, precisamos definir se o verbo usado pede algo ou se ele nada pede.
Caso peça algo, é importante saber o que está sendo solicitado.
Na frase “As crianças saudáveis brincam”, o verbo brincar nada pede, portanto ele é um verbo intransitivo.
Nas frases “Ilmar sempre compra bons DVDs” e “Os poetas gostam de versos”, temos os verbos comprar e gostar.
Os verbos pedem algo (compra O QUÊ?, gosta DE QUÊ ou DE QUEM?), eles são verbos transitivos.
É importante realçar que o verbo comprar pede um complemento sem solicitar uma preposição, mas o verbo gostar pede a preposição DE antes do complemento.
Isso faz a gente dizer que o verbo comprar é transitivo direto e o verbo gostar é transitivo indireto.
Toda essa explicação a garota Belinha conhecia muito bem.
Belinha amava Gramática e era fã das regências verbais.
Além de estudar Gramática, Belinha curtia demais fofocar.
_ Uai! O que você falou, Belinha?
Dona Joana estava transtornada. Nesse exato instante o pai de Belinha, Coronel Ferreira Leão, adentrava a sala.
_ O que está ocorrendo, mulher? Que desespero é esse?
_ Ferreira, Belinha acabou de falar que Naldinho foi namorar com o primo Duarte. Que tragédia atingiu nosso filho, ó homem de Deus?
_ O quê? Explica essa história direito, Belinha!
_ Painho, não tem nada pra explicar. Eu apenas, respondendo a uma pergunta de mainha, disse o que o mano foi fazer.
_ E o que ele foi fazer, menina?
_ Ele foi namorar com o primo na praça, ora!
_ E você fala isso com essa calma?
_ Mas eu estou dizendo a verdade, painho!
O valente coronel saiu agitado rumo ao quarto.
Logo voltou segurando um facão.
_ Que loucura você vai fazer, Ferreira?
_ Eu vou capar os dois!
_ O nosso sobrinho também?
_ Sim! O pai dele, seu irmão, vai agradecer a minha atitude.
Belinha, arrependida da fofoca, sentiu um grande pavor.
Se o irmão, com dezesseis anos, não tinha permissão pra namorar, ela provavelmente jamais conheceria os prazeres do amor.
“Será que os pais nunca a deixariam namorar?”
Alcançando a praça, Ferreira e Joana levaram um tremendo susto.
Naldinho estava beijando uma moça ruiva num banco e, noutro assento, o primo Duarte dava o maior amasso numa morena.
Os jovens, distraídos com a diversão, não notaram a visita inusitada.
Dona Joana perguntou:
_ Como você explica isso, Belinha?
_ Explicar o quê, mainha?
_ Você não disse que Naldinho saiu pra namorar com o primo? Eles estão namorando separados com duas moças! Que confusão é essa?
Ferreira, descansando o facão no chão, encarou a filha querendo ouvir um esclarecimento urgente.
_ Ah! Entendi! Esse alvoroço tem a ver com a regência de namorar.
_ Pára de falar difícil, Belinha!
_ Painho, eu disse que o mano foi namorar com o primo, eu não disse que ele foi namorar o primo. Eu quis dizer que os dois saíram juntos para namorar as suas respectivas namoradas. O verbo namorar é transitivo direto, ele não solicita o uso da preposição com conforme nós costumamos usar...
Dona Joana interrompeu.
_ Em casa você vai levar uma surra, filha!
Belinha silenciou chorosa.
Durante o retorno, o casal resolveu papear.
_ Ferreira, parece que a namorada do Naldinho é a noiva do filho do padeiro.
_ Pode ser! Eu prefiro ver o Naldinho enfeitar a testa do filho do padeiro do que dar um mau passo com o primo.
_ Painho, o senhor deve dizer que prefere ver o Naldinho enfeitar a testa do filho do padeiro a dar um mau passo com o primo.
_ Que conversa é essa, Belinha?
_ A regência do verbo preferir pede a preposição a...
_ Não dê mais um pio, certo? Quando chegar em casa, eu também vou te dar uma surra. Você está abusando demais da nossa paciência essa noite. Merece sentir o couro esquentar duas vezes.
Belinha baixou a cabeça assustada e indignada.
Dona Joana sentiu pena da filha.
_ Ferreira, vamos perdoar a nossa filhinha! Belinha não quis chatear a gente, é apenas essa mania de estudo que ela tem.
_ Tá certo, Joana! Belinha sempre gostou dos livros das regras bonitas e complicadas. Deve ser doutora quando crescer. Eu vou deixar pra lá. Quero agora chegar rápido para a gente assistir o programa do Ratinho. Hoje tem DNA, mulher!
Belinha desistiu de explicar que a regência do verbo assistir pede a preposição a, logo a frase ideal seria "assistir ao Programa do Ratinho".
A futura doutora disfarçou um riso.
Já que ela escapou das duas surras, não valia a pena abusar da sorte.
Olhando o facão, que quase castrou o mano e o primo, Belinha decidiu não divulgar suas sábias observações as quais constam nos livros das regras bonitas e complicadas.
O couro dela agradeceu.
Um abraço!
Estudando a regência dos verbos, precisamos definir se o verbo usado pede algo ou se ele nada pede.
Caso peça algo, é importante saber o que está sendo solicitado.
Na frase “As crianças saudáveis brincam”, o verbo brincar nada pede, portanto ele é um verbo intransitivo.
Nas frases “Ilmar sempre compra bons DVDs” e “Os poetas gostam de versos”, temos os verbos comprar e gostar.
Os verbos pedem algo (compra O QUÊ?, gosta DE QUÊ ou DE QUEM?), eles são verbos transitivos.
É importante realçar que o verbo comprar pede um complemento sem solicitar uma preposição, mas o verbo gostar pede a preposição DE antes do complemento.
Isso faz a gente dizer que o verbo comprar é transitivo direto e o verbo gostar é transitivo indireto.
Toda essa explicação a garota Belinha conhecia muito bem.
Belinha amava Gramática e era fã das regências verbais.
Além de estudar Gramática, Belinha curtia demais fofocar.
_ Uai! O que você falou, Belinha?
Dona Joana estava transtornada. Nesse exato instante o pai de Belinha, Coronel Ferreira Leão, adentrava a sala.
_ O que está ocorrendo, mulher? Que desespero é esse?
_ Ferreira, Belinha acabou de falar que Naldinho foi namorar com o primo Duarte. Que tragédia atingiu nosso filho, ó homem de Deus?
_ O quê? Explica essa história direito, Belinha!
_ Painho, não tem nada pra explicar. Eu apenas, respondendo a uma pergunta de mainha, disse o que o mano foi fazer.
_ E o que ele foi fazer, menina?
_ Ele foi namorar com o primo na praça, ora!
_ E você fala isso com essa calma?
_ Mas eu estou dizendo a verdade, painho!
O valente coronel saiu agitado rumo ao quarto.
Logo voltou segurando um facão.
_ Que loucura você vai fazer, Ferreira?
_ Eu vou capar os dois!
_ O nosso sobrinho também?
_ Sim! O pai dele, seu irmão, vai agradecer a minha atitude.
Belinha, arrependida da fofoca, sentiu um grande pavor.
Se o irmão, com dezesseis anos, não tinha permissão pra namorar, ela provavelmente jamais conheceria os prazeres do amor.
“Será que os pais nunca a deixariam namorar?”
Alcançando a praça, Ferreira e Joana levaram um tremendo susto.
Naldinho estava beijando uma moça ruiva num banco e, noutro assento, o primo Duarte dava o maior amasso numa morena.
Os jovens, distraídos com a diversão, não notaram a visita inusitada.
Dona Joana perguntou:
_ Como você explica isso, Belinha?
_ Explicar o quê, mainha?
_ Você não disse que Naldinho saiu pra namorar com o primo? Eles estão namorando separados com duas moças! Que confusão é essa?
Ferreira, descansando o facão no chão, encarou a filha querendo ouvir um esclarecimento urgente.
_ Ah! Entendi! Esse alvoroço tem a ver com a regência de namorar.
_ Pára de falar difícil, Belinha!
_ Painho, eu disse que o mano foi namorar com o primo, eu não disse que ele foi namorar o primo. Eu quis dizer que os dois saíram juntos para namorar as suas respectivas namoradas. O verbo namorar é transitivo direto, ele não solicita o uso da preposição com conforme nós costumamos usar...
Dona Joana interrompeu.
_ Em casa você vai levar uma surra, filha!
Belinha silenciou chorosa.
Durante o retorno, o casal resolveu papear.
_ Ferreira, parece que a namorada do Naldinho é a noiva do filho do padeiro.
_ Pode ser! Eu prefiro ver o Naldinho enfeitar a testa do filho do padeiro do que dar um mau passo com o primo.
_ Painho, o senhor deve dizer que prefere ver o Naldinho enfeitar a testa do filho do padeiro a dar um mau passo com o primo.
_ Que conversa é essa, Belinha?
_ A regência do verbo preferir pede a preposição a...
_ Não dê mais um pio, certo? Quando chegar em casa, eu também vou te dar uma surra. Você está abusando demais da nossa paciência essa noite. Merece sentir o couro esquentar duas vezes.
Belinha baixou a cabeça assustada e indignada.
Dona Joana sentiu pena da filha.
_ Ferreira, vamos perdoar a nossa filhinha! Belinha não quis chatear a gente, é apenas essa mania de estudo que ela tem.
_ Tá certo, Joana! Belinha sempre gostou dos livros das regras bonitas e complicadas. Deve ser doutora quando crescer. Eu vou deixar pra lá. Quero agora chegar rápido para a gente assistir o programa do Ratinho. Hoje tem DNA, mulher!
Belinha desistiu de explicar que a regência do verbo assistir pede a preposição a, logo a frase ideal seria "assistir ao Programa do Ratinho".
A futura doutora disfarçou um riso.
Já que ela escapou das duas surras, não valia a pena abusar da sorte.
Olhando o facão, que quase castrou o mano e o primo, Belinha decidiu não divulgar suas sábias observações as quais constam nos livros das regras bonitas e complicadas.
O couro dela agradeceu.
Um abraço!