ano setenta: concordância
Dia desses, fui a uma festa há algum tempo, “Festa da Saia Curta”, organizada pelo Movimento Patriótico Unido (2007). Sim, eu gosto de *farra, interessam-me – até porque a vida (que é breve) deve ser aproveitada. Juntei-me ao promotor e, sem nenhum desprimor, soou muito mal aos nossos ouvidos o que ele disse:
«Vamos trazer cantores que fizeram muito sucesso nos anos “setenta” e “oitenta”. Um deles é o kota Bonga, para nos encantar com o seu xotar a galinha, embora queiramos mesmo xotar os patos».
É…
Melhores são os cantores que fizeram muito sucesso nos anos SESSENTAS. Muito melhores que os dos anos SETENTAS (que tiveram a crise do petróleo), muito melhores que os anos OITENTAS (que tiveram Sarney) e – com certeza – muito melhores que os anos NOVENTAS.
Nesse caso, quem usa o singular comete erro de concordância, semelhante a NÓS FOI e a EU PÔS. Os promotores brasileiros escrevem e dizem como?
N. A._:
E, no pouco que diz, uma questão merece análise:
«(…) para nos encantar com o seu XOTAR a galinha, embora queiramos mesmo XOTAR os patos».
O promotor é muito dado a XOTAR. A verdade, todavia, é que o registo/registro formal aponta para ENXOTAR.
Pela televisão, declara um jovem irresponsável:
Não é aconselhável ir a festas ou a outros eventos sem ser convidado. Podemos ser XOTADOS.