Não "deu" para chegar mais cedo, Sónia.

A Sónia e a sua amiga Aida vão ao aeroporto buscar a amiga da Sónia, Neusa, e a neta da Sónia, Vivi. A Aida não conhece nem a Neusa nem a Vivi, por isso descreve-as. __Devem estar a chegar. ___Que aspeto têm? __A Neusa é de altura média com cabelo louro curto. ___E a Vivi? __É uma menina de seis anos giríssima e tem o cabelo castanho comprido. __ Têm tatuagens? __ Claro que não! ___ Estava só a brincar. __ Mas a Vivi tem as orelhas furadas. ___Isso é bastante normal. ___ Eh! __ Aí vêm elas. ___ E olha, a Neusa fez uma tatuagem. __ Até que enfim! Finalmente, vocês chegaram. ___Por que demoraste bastante, Neusa? Faz três horas que estamos à sua espera. ___Não "deu" para chegar mais cedo, Sónia.

Não na língua culta, que prefere esta construção: "Não "foi" possível chegar mais cedo".

Na língua popular, todavia, usa-se o verbo DAR como impessoal:

Não dá para fazer isso sozinho. (=Não é possível fazer isso sozinho.)

Dava para vocês me ajudarem? (=Era possível vocês me ajudarem?)

Não obstante isso, muita gente continuará a afirmar admirada, e com muita convicção: "Presidente, assim não dá!"....

Estava só a brincar, Aida?!

É preciso, no entanto, nunca esquecer que brincadeira (de qualquer tipo) sempre tem hora.