Contestando o (s) argumento (s) hoje postado (s) pelo prof. DAVID FARES ("round" 4)

Permitimos-nos divergir totalmente dos comentá-rios, hoje postados, do colega acima, a respeito da CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DA PALAVRA "TODA".

Neles, ele considera como absolutamente simples a questão (classificação - para ele - DEFINITIVA E ÚNICA COMO PRONOME INDEFINIDO PARA A PALAVRA "TODA"), em consequência do quê, reafirma sua discordância quanto ao emprego (por nós sugerido)

de crase na expressão "À TODA", na (já surrada) frase "...e se lançam À TODA na direção do..."

Nesta nossa contestação, cumpre-nos lembrar

ao amigo Fares :

A questão (classificação morfológica não apenas da palavra TODA, mas de todas as palavras na língua portuguesa...), ao

contrário do que ele afirma, não nos parece assim tão simples. Simplista por demais quer-nos parecer o seu posicionamento a este respeito.

Senão, vejamos :

a) Como nós - eu e ele, na condição de professores de língua portugue-

sa - sabemos, NENHUMA - A B S O L U T A M E N T E NENHUMA - palavra da língua portuguesa tem classificação morfológica única, imu-

tável ou definitiva. Elas podem, sim, ter uma classificação BÁSICA, mas o que vai determinar a classificação morfológica de um termo são os possíveis diferentes sentidos que ele possa vir a assumir, decorrente dos diversos contextos em que ele estiver empregado.

Tomemos por base este exemplo :

"Eu faço tudo certo E o resultado é sempre errado".

A palavra "E", originalmente conjunção coordenativa aditiva - quando indica ACRÉSCIMO / ADIÇÃO -, na frase

acima, não tem tal acepção (acréscimo /adição), mas sim, de OPOSI- ÇÃO.

Em função desse desvio de sentido, a palavra

"E", no contexto dessa frase aspeada, DEIXA DE SER CONJUNÇÃO ADITIVA e passa a SER CONJUNÇÃO COORDENATIVA ADVERSATIVA.

Mas, voltemos ao assunto-base...

b) Afirmamos, SEM MEDO DE ERRAR, que A PALAVRA "TODA" PODE TER, SIM, MAIS DE UMA CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA e não, como de-

fende o amigo Fares, apenas pronome indefinido. Uma outra classifi-

cação possível para ela - além de pronome indefinido - é A D J E T I -

V O.

Comprove com estes exemplos simplórios :

"TODA tarde chove na Floresta Amazônica."

(aqui, "toda", por estar ANTES de um substan-

tivo - "tarde") é, sim, pronome indefinido).

Porém, se a frase acima for alterada para...

"Chove a tarde TODA na Floresta Amazônica",

"toda" já passa a ser classificada como ADJETIVO, por ter como sinô-

nimo equivalente, "inteira" (a tarde INTEIRA) e "inteira", neste caso,

por indicar uma qualificação a respeito da palavra TARDE, enquadra-se

na classificação de ADJETIVO.

Assim, considerando essa e outras eventuais

possibilidades de classificação morfológica para a palavra TODA, é que

insistimos em defender o emprego da crase na expressão "À TODA", quando não vier seguida da palavra "velocidade", "força", etc.

É isso...

pedralis
Enviado por pedralis em 20/11/2013
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