Mais uma invencionice linguística, fruto do atual "modernismo vazio"
Até onde sabemos - se a Gramática não andou
ensinando bobagem -, o verbo CAUSAR, quanto à transitividade (que
tipo de complemento ele aceita), é classificado como TRANSITIVO DI-
RETO e INDIRETO (ou bitransitivo), isto é, ele aceita como complemen-
tos seus tanto um objeto direto como um objeto indireto.
Ex.: Esses políticos envolvidos no Mensalão CAU-
SARAM sérios prejuízos ao erário público.
Perguntas feitas pelo verbo, para se confirmar tal
classificação (bitransitivo ou transitivo direto e indireto) :
Esses políticos envolvidos no Mensalão causaram
O QUÊ ?
Esta pergunta tem como resposta "sérios prejuí-
zos". Neste caso, "sérios prejuízos", sintaticamente falando, represen-
ta o OBJETO DIRETO, por ter respondido a pergunta O QUÊ (?) feita
pelo verbo.
A segunda pergunta que esse verbo também per-
mite é : Esses políticos envolvidos no Mensalão causaram sérios prejuí-
zos A QUEM (ou A QUÊ) ?
Esta pergunta tem como resposta "AO ERÁRIO PÚ-
BLICO". Neste caso, "ao erário público", sintaticamente falando, repre-
senta o OBJETO INDIRETO, por ter respondido a pergunta A QUEM (ou
A QUÊ) ?
Agora é que entra em cena o absurdo linguístico
(depois de transformarem POETA em substantivo comum-de-dois-gê-
neros) em torno desse verbo causar :
Há poucos dias, lemos, em mais de um site de no-
tícias e em jornais, essa "pérola" :
"Justin Bieber, nessa sua passagem pela América
Latina, está CAUSANDO".
Ou seja : transformaram o verbo CAUSAR (bitran-
sitivo quanto à transitividade) em I N T R A N S I T I V O.
E, com tal tipo de construção textual (esse verbo
empregado como intransitivo), o sentido dele seria mais ou menos "bar-
barizando", "criando problemas".
E sabem por que tal ocorre ? Fruto de tanta
permissividade que a língua concede. Vê se algo semelhante ocorre
em outros idiomas ...
Macacos me mordam !