CONCORDÂNCIA VERBAL: SER E PARECER (I)
Para um sujeito no singunlar, recomenda-se a concordância desses verbos com o predicativo, exceto se aquele forem pessoas:
a) Isso são (parecem) cobras venenosas;
b) Lula é (parece) cobras venenosas;
c) Tu és tuas leituras;
d) A vaidade dele são seus alunos;
e) Aquilo parecem machos; porém, são fêmeas;
f) "Aquilo" parecem Biu e Maria, mas são Josefa e Sandra.
Quando o sujeito e o predicativo são de números diferentes, e ambos são coisas, o verbo pode concordar com o elemento que se deseja dar ênfase:
a) A vida é (parece) ilusões (destaque para "a vida");
b) A vida são (parecem) ilusões (ênfase em "ilusões").
Quando "parece" aparece antes da conjunção integrante "que", o sujeito do verbo é oracional e o verbo fica sempre no singular:
a) Os chavões da esquerda parece que não empolgam a mais ninguém;
b) Os valores tradicionais da civilização ocidental parece que estão consciente e orquestradamente sendo demolidos.
Caso essas orações sejam transformadas em reduzidas (de infinitivo), o verbo "parecer" fica no plural ou no singular, opcionalmente:
a) Os chavões da esquerda parece (parecem) não empolgar mais ninguém;
b) Os valores tradicionais da civilização ocidental parece (parecem) estar.... Nessa locução, "parece estar", querendo-se flexionar, pode-se optar por colocar no plural qualquer um dos dois verbos: "parecem estar" ou "parece estarem". Porém, nunca os dois verbos. Seria um caso de polícia escrever: "Parecem estarem"!
De um modo geral, sempre que o verbo parecer formar locução verbal com um verbo no infinitivo, um dos dois verbos (o auxiliar ou o principal), mas apenas um dos dois, pode flexionar:
As nuvens, hoje, não parecem "andar".
As nuvens, hoje, parece voarem.
Sobre o verbo "ser", é importante ainda observar:
Ele fica sempre no singular quando anteposto a expressões estereotipadas que indiquem quantidade, a exemplo de "é muito", "é suficiente", "é bastante", "é pouco":
a) É pouco dois mil reais;
b) Vinte quilômetros para andar a pé é muito;
c) Três metros de tecido é pouco (é suficiente, é bastante).
Quando se refere a horas, distância, dia, o verbo ser concorda sempre com a expressão numérica:
São dez horas. É uma hora. Hoje são treze de novembro. Daqui para lá é um quilômetro. É primeiro de novembro.
Ao indicar o dia do mês, o verbo ser pode ficar no singular ou no plural, pois a ideia de "dia" fica implícita:
Hoje é [dia] vinte. Hoje são vinte.
Quando há um pronome pessoal, o verbo ser concorda com ele, sempre:
O cantor é ele. Quem toca és tu. Quem escuta somos nós. Quem manda sou eu. Quem obedece são eles.