Relação entre a grafia, a pronúncia e o significado das palavras
O Sr. S. M. diz-me que aprendeu na aula “Relação entre a grafia, a pronúncia e o significado das palavras ” “comprimento” no sentido se saudação, e que outras, como a minha [Código do Texto: T4507447, datado de 02/10/2013], dizem CUMPRIMENTO, ficando a minha correspondente em dúvida sobre a escolha de uma das formas.
As duas formas têm ambas a mesma origem. Veja o latim “complere”. Mas, como há sempre conveniência em evitar homografias, adotou-se/ adoptou-se a forma comprimento para designar a qualidade daquilo que é comprido; e cumprimento, para designar o ato/acto de cumprir qualquer preceito, qualquer dever… E note que ninguém hoje escreve comprir; já se escreve, e não se escrevia mal, mas passou. Ora, escrevendo nós cumprir, não devemos fazer comprimentos mas cumprimentos, a este ou àquele.
Que, em todo caso, se S. M. insistir em se dizer meu admirador e em me fazer outros cumprimentos, ninguém por isso o catrafilará, para o levar ali à presença de meu inflexível amigo, Senhor Conselheiro juiz Adilson de Melo. Agora, se me disser que COMPRIU com os seus deveres, em vez de dizer que CUMPRIU os seus deveres, isso então é caso para calaboiço e resto.
Mas o que também é provável é que nada disto interessa à generalidade dos que me leem/lêem, aos quais presumo que não faz bom estomago a casuística bizantina dos gramáticos em férias, servindo de uma frase de Cândido de Figueiredo, se a memória me é fiel.