A velha expressão - "eu acho."

Perco as contas das vezes em que observo a expressão conotativa de "eu acho" rolando por aí, e não são poucas. Nisso, estou tão certo que não será difícil de você cencontrá-las dando sopa porque ela sempre estará ali ou aqui, intrometida, na espreita dum contexto ou mesmo no início duma frase qualquer sem a mínima prévia. Por vezes, vejo este equívoco usualmente ser arquestrado por letrados que se dão em entrevista televisual entre outros meios de comunição pública etc.

De antemão, não sou nenhum letrado no assunto tampouco leigo, assim digamos.

Meu Pai, por exemplo, deu aula de Português sem se quer concluir os estudos. Por ser morador do campo, naquele tempo ou estudava pra ser alguém quem tinha dinheiro ou trabalhava pra sobreviver quando esse não tinha dinheiro pra ser alguém. Foi o caso do meu Pai ("um ninguém"), mas um ninguém brilhante e tão inteligente a ponto de intrigar seus Professores.O fato é que ele sempre esteve um passo à frente do ano, ou seja, se estava no quinto ano provalvelmente já sabia o conteúdo do sexto ano e vice versa. Por vezes, passou de ano antecipadamente e levou uma vida inteira se orgulhando disso. Eu, por exemplo, não consigo debater porque a razão é sempre dele.Todavia, só responde perguntas se assim eu as fizer cor-re-ta-men-te, caso contrário, um silêncio medonho segue sendo a melhor resposta dele. Talvez, hoje, ele saberia dizer melhor o que vou tentar passar agora.

Porém, o fato é que de fato, a conotação se dá como indevida, intrometida e, principalmente, incomodativa. De imediato, não concordo com a expressão. Penso que é vaga, não vem a calhar com a informação que sobrevém, se opõe à razão; deixa encima do muro, não há certeza na colocação, apenas um "eu acho". - Tão vaga quanto pra que lá serve?...

Para estreitar, penso que um "penso" é muito mais eficiente. E quem me acompanha, percerberá isso facilmente na minha escrita. Se fosse meu pai falando agora, ele diria: "isso não é inteligente, mas isto é inteligente". Bem, por fato, talvez a fruta não caíra longe do pé mas ainda penso que um "penso" é mais inteligente e explico!

Observe.

Usar eu "penso" ou "penso que" etc. Vai além de apenas emprestar um certo 'charme a frase', atribui, também, ênfase de precisão na informação que sobrevirá.

No exemplo a seguir, repare como muda o sentido da frase.

Exemplo:

- "Penso que o projeto é audacioso."

Nota-se, portanto, que a colocação se dá como afirmativa e precisa. Ou seja, não deixa o ouvinte ou leitor na dúvida.

Agora, observe como a frase ganhará vo-ca-li-za-ção duvidosa diante da conotação "eu acho."

Exemplo:

- "Eu acho que o projeto é audacioso." - E aí, percebeu a diferença?

Portanto, tente se policiar e elimine de vez o seu "acho" que, em verdade, não acha nada.

Eu, por exemplo, não acho nada nisso, apenas penso que nunca foi e jamais será adequado.

No que se deve a erros ortográficos, sabem que não tive a honra de ser aluno do meu Pai, portanto sintam-se confortáveis para me cor-ri-gir!

Um grande abraço!