Comentando os contra-argumentos do colega recantista Saulo de Liss a respeito do nosso texto "permitimos-nos discordar dos gramáticos na permissão para EMPREGO DA CRASE nos encontros "àquele", "àquela"..."

Para os leitores que somente leram a argumenta-

ção de uma das partes (a nossa e a do colega Saulo de Liss) ou para

os que não leram nem uma nem outra ou, por último, para os que leram

completamente tanto os argumentos de um como de outro, mas não

conseguiram chegar a uma conclusão a respeito da questão...para to-

dos estes é que voltamos à abordagem do assunto em tela.

Vamos por partes...

Na nossa publicação-base, que gerou os contra-

argumentos do Saulo, defendíamos o ponto de vista de que não julgá-

vamos coerente, gramaticalmente falando, a permissão dos gramáticos

quanto ao EMPREGO DA CRASE nos encontros já citados ("àquele", "àquela"..., etc). E apresentávamos como argumento o fato de a fun-

ção dos acentos, numa palavra, ser a de indicar a sílaba tônica desta.

Ou seja : numa palavra acentuada, não há margem para dúvida : a sí-

laba acentuada é a sílaba tônica. E, neste caso, para nós, tal precei-

to gramatical deixa de existir quando escrevemos "Àquele","àquela" ,

com o acento (seja de crase ou acento grave), em que estas palavras

NÃO SOFREM ALTERAÇÃO NA SUA CLASSIFICAÇÃO QUANTO À SÍLABA TÔNICA. Tais palavras, que, para nós, com tal acento grave (ou crase), deveriam se tornar proparoxítonas, continuam, MESMO COM TAL ACENTO NOS CITADOS ENCONTROS (ÀQUELE...), sendo pronunciadas como sendo paroxítonas.

Em seu posicionamento a respeito de tal

ponto de vista nosso - por sinal, muito bem fundamentado -, o colega Saulo discorda do nosso, ao afirmar que A FUNÇÃO DA CRASE NÃO É

INDICAR A SÍLABA TÔNICA, MAS SIM, PROMOVER A FUSÃO DE DUAS

VOGAIS.

Perfeita colocação, não fosse este pequeno

detalhe que, queremos crer, reforça o nosso ponto de vista inicial :

"À" (craseado) é o resultado da junção de

"a" (preposição) + "a" (artigo), não é verdade ?

Agora, observe :

Cada um dos dois "as" (que forma o "à" cra-

seado) é MONOSSÍLABO ÁTONO.

Já o "à", craseado, é MONOSSÍLABO TÔNICO.

Isso não deveria levar-nos a inferir que, tanto

em "à" como em "àquele", "aquela"...a crase TAMBÉM passou a ter fun-

ção tonicizante (será que existe este termo ?), ou seja : indicando a sí-

laba tônica ?

É bem verdade que - a exemplo de outros

casos aqui levantados por nós - esta questão é polêmica e, portanto,

abre espaços para questionamentos. Mas, é exatamente essa a mis-são (sem presunção) a que nos propomos neste espaço : envolver outros em tudo da nossa língua que permita questionamentos. No nosso

entendimento, só assim ela, a língua, passa a ser mais bem entendida

até mesmo pelos tidos como "leigos".

O assunto sobre tal questão não se encerra

aqui. Aceitaremos de muito bom-grado novas manifestações de dis-

cordância tanto do colega Saulo, como de outros eventuais colegas

recantistas. Será um prazer para nós.

pedralis
Enviado por pedralis em 20/08/2013
Código do texto: T4443202
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