REGÊNCIA. REGÊNCIA VERBAL. REGÊNCIA NOMINAL

Na emissão de um pensamento, percebe-se que os verbos ou os nomes (substantivo, advérbio ou adjetivo) podem carecer do necessário sentido se não acompanhados de outros termos. Ou melhor: Eles podem requerer complementos, que, assim, são dependentes ou se subordinam àqueles verbos ou nomes. Por isso, há uma relação de subordinação entre eles (termos regentes) e seus complementos(termos regidos). Vejamos alguns exemplos:

“Severino morreu”. Aqui o verbo tem sentido completo. Não precisa de complementos para a comunicação do pensamento.

“O leão capturou”. O verbo neste caso exige um complemento para que se complete o sentido da oração: “O leão capturou a ovelha”. Nota-se que tal complemento, “a ovelha” (objeto direto), não precisou estar acompanhado de preposição. Ligou-se ao verbo diretamente.

“Eu gosto”. Aqui também, é necessário um complemento: “Eu gosto leite” é inadequado; a oração ficou estranha, pois quem gosta, gosta “de” algo ou alguém. Então, a oração correta é: “Eu gosto de leite”. O complemento (objeto indireto) se ligou ao verbo através de preposição (ou indiretamente).

O verbo “obedecer” também exige complemento indireto (objeto indireto), mas com uma preposição diferente (“a”). “Obedecemos ao diretor”

Desse verbo deriva um substantivo: Desobediência, que pede um complemento (nominal) e exige também a preposição “a”: A desobediência ao diretor foi o motivo da expulsão do aluno.

Agora vejamos este caso:

Cheguei ao metrô. Cheguei no metrô. No primeiro caso, o metrô é o lugar aonde cheguei ; no segundo, é o meio de transporte utilizado.

Dessa forma, saber usar adequadamente as preposições é fundamental, posto que elas podem modificar completamente o sentido da oração.

A regência correta estabelece relações entre as palavras, criando frases corretas e claras, que expressem precisamente o que se tem em mente, isto é, frases não ambíguas. Mas não há regras. Cada nome exige um complemento com determinada preposição. Isso é assimilado no próprio uso da língua, que, em sua dinâmica, pode tornar arcaica uma preposição e passar a exigir outra para determinada palavra, com mudança ou não de sentido.

Todo esse assunto, que envolve o uso ou não de preposição, que tipo de preposição será usada, os significados que cada nome ou cada verbo podem assumir quando usados com preposições diferentes, tudo isso é visto no estudo das regências nominal e verbal.

Os complementos verbais, assim, podem vir ou não acompanhados de preposição. Os nominais normalmente se iniciam por uma preposição.

Hoje, estudaremos a regência nominal.

REGÊNCIA NOMINAL

Regência Nominal é a relação entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e seus termos regidos, que é intermediada por uma preposição. Deve-se considerar que vários nomes apresentam o mesmo regime dos verbos de que derivam:

Verbo GOSTAR, que rege complementos com a preposição DE.

Eu GOSTO DE suco de laranja. Este bolo tem GOSTE DE suco de laranja.

NECESSITAR. NECESSITO DE água. Tenho NECESSIDADE DE água.

Mais uma vez o verbo OBEDECER, que pede a preposição A. Eu OBEDEÇO A Deus. Sou OBEDIENTE A Deus. A OBEDIÊNCIA A Deus é a melhor atitude. OBEDEÇO À professora. Ele é OBEDIENTE À professora. A OBEDIÊNCIA À professora é indispensável.

Alguns nomes e suas preposições.

a) Substantivos: Necessidade (de). Devoção( a, para, com, por). Aversão( a, para, por). Doutor(em). Bacharel(em). Horror(a). Proeminência(sobre). Respeito( a, com, para com, por).

b) Adjetivos: Necessário (a). Entendido(em). Parco(em, de). Passível (de). Preferível(a). Prejudicial (a). Ávido (de). Grato( a, por). Hábil (em). Relacionado (com). Contemporâneo (a, de). Indeciso (em). Liberal (com).

c) Advérbios. Longe/Perto (de).

Pedro Cordeiro
Enviado por Pedro Cordeiro em 26/03/2013
Reeditado em 26/03/2013
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