República Chicobentiana
“Redações que receberam a nota máxima (1.000) no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2012 apresentaram erros de grafia e concordância, constatou o Jornal O Globo. A publicação analisou textos enviados por estudantes que tiveram a pontuação comprovada pelo Ministério da Educação (MEC). Em alguns deles, há palavras como "rasoavel", "enchergar", "trousse". No mesmo texto em que O Globo constatou "rasoavel", as palavras "indivíduos", "saúde", "geográfica" e "necessário" aparecem sem acento. Ao menos duas frases também não receberam ponto final.” (Jornal Zero Hora)
Abaixo, trecho de uma mensagem que postei há algum tempo, depois, volto e concluo.
“Quem diria que o “jeito singular de Lula usar o plural” (como disse o humorista André Damasceno),faria escola? Não é que o “Ministério da Educação” lançou um livro didático onde defende como “adequada” a expressão: “"Os livro ilustrado mais interessante estão emprestado.”
Segundo a autora, essa nova “concordância” deve ser considerada adequada, banindo-se a ideia de certo e errado, a única ressalva seria, que, em certas circunstâncias, o sujeito poderia sofrer “preconceito linguístico” (?) Enfim, a inexistência de regras, seria a nova regra.
Fundamentos estabelecidos, agora, são preconceitos. Quem mandou outros terem vivido antes de nós? Podemos construir nosso saber sem auxílio algum.
Não é no lastro desse relativismo que comportamentos antes vergonhosos, agora se impõem e ousam legislar para minorias, em detrimento da maioria? Afinal, já não há certo e errado, apenas, adequado ou inadequado, ao sabor das preferências.
O pressuposto racional é que a razão estabelece caminhos e ensina a caminhar; o presente legitimar dos instintos estabelece comportamentos empiricamente, depois, “racionaliza” no grito. Assim sendo, o que foi pensado antes, e eventualmente contraria minhas preferências, é preconceito. Então, urge banirmos essa herança maldita de tudo o que nos empurraram pronto, para que possamos estabelecer nossas próprias leis.
Claro que, quanto mais velhos, os fundamentos, mais perniciosos, carregados de conceitos bem mais prés. Afinal, já dissera Nietsche que é “o homem a medida de todas as coisas”, e cada homem em seu tempo; mas, não deveríamos descartá-lo também? Afinal, é meio antigo.
O interessante é que o Ministério da Educação vive do pressuposto que estabeleceria as regras mediante as quais serão educados nossos filhos. Mas, se já não há regras, por que ministério? Ah, claro; para “desconstruir” as que existem.””
Bem, retomando, mesmo aquela proposição esdrúxula do Ministério tendo encontrado forte oposição, parece que, na prática, está vigente. Não bastasse o triste fato de que os colégios têm se tornado locais de aprendizado do crime, com registros de violência impune contra professores; vasto trânsito de drogas e prostituição; ainda, em sua essência, a difusão do conhecimento, laboram em prol da construção de uma República Chicobentiana, nos moldes da Bolivariana do finado Chaves, tão admirado por aqui.
Ou isso, ou, apenas colocaram numa posição-chave, algum “companheiro” formado na faculdade dos bandeiraços e da intriga, antes, que alguém capaz.
Vez em quando, meu corretor de textos do Word me irrita com proposição de concordâncias que só ele “enxerga”; mas, se fosse colocado lá, onde se avaliam as redações de ENEM, faria melhor figura, que o mestre Chico Bento.