Respondendo sobre se há "BELA GRAMÁTICA no trecho da música..."
Trecho da música, ora, questionado :
"Te carreguei no colo, menina,
cantei prá te dormir (ou "cantei prá ti dormir").
É, parece que o autor se apegou por demais à
"licença poética", neste trecho da música, para dar um monte de ras-
teiras na Língua Portuguesa.
Acompanhe...
FALHA "1" :
- O trecho da melodia usado para análise gramatical
já é iniciado por um pronome oblíquo átono ("TE"),
não permitido pela norma culta. Apenas o é na lin-
guagem informal.
- O uso da forma contracta e popular "prá" (corres-
pondente a "para") é permitido por se tratar de
composição no formato de poema (a letra de toda
composição musical, usando ou não a rima, cons-
titui um poema).
E a justificativa para isso é a "necessidade de ade-
quação rítmica".
- No trecho "prá TE dormir" :
Totalmente errado o emprego desse pronome oblí-
quo TE. Seu uso, tal como foi empregado neste
trecho, indica que o verbo "dormir" deixa de ser
intransitivo e se torna PRONOMINAL (dormir-SE).
(Neste caso, no indicativo presente, deveria ser
conjugado : eu ME durmo, tu TE dormes...).
O correto, então, deveria ser :
"Cantei prá TU DORMIRES"...
- No mesmo trecho, se houvesse a troca de TE
por TI ("prá TI dormir"), o erro estaria no emprego
do pronome oblíquo tônico TI : antes de verbo
no infinitivo (quando terminado em "R" - é o caso
de "dormiR") NÃO SE USA PRONOME OBLÍQUO, se-
ja átono (te) ou tônico (ti). Antes de verbo nes-
sa forma nominal (infinitivo) SÓ SE PODE USAR
PRONOME PESSOAL DO CASO RETO (eu, tu, ele...)
Exs.: Ela deu essa conta para EU pagar
ou :
Ela deu essa conta para MIM (aqui, é per-
mitido o emprego do pronome oblí-
quo tônico (mim) porque a frase
termina nele, ou seja, depois dele
não hã verbo no infinitivo).
Falou ?