Gramatica #001: NEO NEOLOGISMOS X PALAVRAS PREEXISTENTES

Gramatica #001: NEO NEOLOGISMOS X PALAVRAS PREEXISTENTES

Muitas vezes, ao nos comunicarmos, nos deparamos com palavras vacantes que deveriam estar ali, prontas para o uso, mas não estão de fato. Nem existem oficialmente.

Quando surgem espontaneamente e são de uso comum e permanente, os dicionaristas vão-nas incluindo nas próximas edições. Se nascem aqui ou ali, mas logo caem em desuso, eu diria ser um aborto vocabular.

Nomes há criados tecnicamente conforme a função do objeto. Podem ser quanto à origem:

1. Vernácula (derivada de palavras da língua falada no país que se assemelhem ao objeto ou técnica desenvolvida),

2. Rizogênica (sem mistura de estrangeirismo):

   a. Pura - com palavras raízes de uma das línguas que deram origem à nossa língua (grego ou latim). 

   . Do grego: Filosofia, Teologia, ecografia.

   . Do latim: suburbano, interurbano, campeonato, fraternidade.

   b. Híbrida - quando se utilizam raízes de línguas diferentes.

    Ex. Televisão, televisor

3. Estrangeirismo - são palavras de origem estrangeira, absorvidas pelo povo sem se dar ao trabalho de traduzi-la, mantendo, não só a escrita, mas também a pronúncia:

   Ex. Layout, matiné, maquillage, hall, Shopping, Sporting Club etc.

4. Aportuguesamento - são palavras estrangeiras com escrita baseada na fonética original. Quanto à língua originária pode ser:

     . Anglicismo - blecaute, leiaute, futebol, breique etc.

     . Galicismo - maquilagem ou maquiagem, tualete, matinê, suflê etc.

     . Hebraísmo - betoneira, amém, aleluia etc.

     . Arabismo - açúcar (al sugar), alfanje, quibe, mjadra etc.

5. Neologismo é uma palavra nova que criamos a fim de preencher uma lacuna existente em nossa língua ao surgirem novas tecnologias, objetos ou situações inusitadas. Não se cria um novo termo de qualquer modo. Regras há que normatizam este procedimento e devemos sempre respeitá-las. Não raro, o neologismo surge do próprio povo que rapidamente o consagra. Por exemplo, "puxa-saco", um saco de pano ou plástico onde se guardam sacos plásticos para uso posterior, os quais vão sendo puxados, um a um.

Nós, poetas e escritores, volta e meia nos deparamos com situações em que temos a ideia preconcebida em mente, porém, faltam-nos palavras para descrevê-las. E não é porque não sabemos (rarissimamente o é). Quando isto ocorre, lançamos mãos da licença poética e criamos novos termos.

Os neologismos podem ser criados ou minerados e lapidados com o passar do tempo e o seu uso em massa. Essa lapidação vem trabalhada pela eufonia espontaneamente até chegar à pronúncia mais bela.

A essas palavras novas mineradas em nosso vernáculo as chamo de "palavras pré existentes", bastando, portanto que alguém as descubra e as traga à lume. Isto geralmente ocorre com as palavras derivadas, nas 

   a. Verbalizações de outras classes gramaticais (mina - minar, planta - plantar, fácil - facilitar, alegre - alegrar). "Coisar" é um verbo coringa, o qual se usa abundantemente. Embora este signifique qualquer ação que você queira comodamente comunicar, pecará crassamente no tópico comunicação, pois o público alvo de sua mensagem provavelmente não entenderá a mensagem transmitida, dada a altíssima infinidade de verbos que pode significar. E sem contar com o crescente empobrecimento do seu linguajar.

   b. Substantivação: (o meu "falar", o meu "agir") sempre no masculino.

Concluo aqui deixando uma advertência no ar: 

Licença poética, neo neologismo - USE-OS COM MODERAÇÃO!!!

Alelos Esmeraldinus
Enviado por Alelos Esmeraldinus em 17/11/2012
Reeditado em 22/04/2019
Código do texto: T3990310
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