UM ESCLARECIMENTO SOBRE OS VERBOS BITRANSITIVOS DADO PELO MESTRE DAVID FARES
Inconformado com o desprezo que os gramáticos atuais dão à palavra "bitransitivo", muito mais sucinta do que VERBO TRANSITIVO DIRETO E INDIRETO, um quilométrico conjunto de palavras, perguntei ao nosso amigo David Fares o porquê dessa atitude. Ele, como sempre atencioso, nos respondeu por e-mail:
"Estamos aqui somente para ajudar e construir. Portanto, sinta-se sempre à vontade.
Pelo que sabemos, a denominação BITRANSITIVO deixou de ser usada porque, segundo renomados gramáticos, entre eles o grande e imortal EVANILDO BECHARA, BITRANSITIVO só poderia ser usado se o verbo possuísse DOIS OBJETOS DIRETOS OU INDIRETOS.
Como isso é raríssimo na Língua Portuguesa, optaram os renomados gramáticos pela denominação VTDI. [um objeto direto e outro indireto].
Um forte e tríplice abraço".
Obrigado, David Fares, pela explicação!
Como sou amante das palavras e expressões mais curtas, continuo a usar BITRANSITIVO, apesar desse "porém" do Bechara.
Um adendo:
Nosso ilustre correcantista, David Fares, enviou-me mais um reforço respeitante à (in)transitividade verbal, que compartilho com os demais colegas e leitores. Ei-lo:
David Fares:
"Diz o festejado filólogo pátrio CELSO PEDRO LUFT":
'[...] Um verbo não pode ser “duas (ou mais) vezes transitivo”, por isso não é apropriado o termo “bitransitivo” (cf. NASCENTES, Antenor, Comentários à Nomenclatura Gramatical Brasileira. Rio de Janeiro, Acadêmica, 1959. p. 26), aliás não adotado na dita Nomenclatura, embora usado anteriormente para verbo com objeto direto e indireto.' "(Dicionário Prático de Regência Verbal, Editora Ática, 8ª ed., 2002, p. 11)".