1- Jamais observamos as pessoas, quando falam descontraídas, usando o tempo futuro na forma simples.
Dificilmente ou nunca escutaremos “Você visitará Fulano?”
A pergunta provavelmente será “Você vai visitar Fulano?”
Geralmente escutamos vai sair, vou sair, vai cantar, vou cantar, vai dormir, vou dormir, vai namorar, vou namorar. Não costumamos dizer sairá, sairei, cantará, cantarei, dormirá, dormirei, namorará, namorarei.
Caso alguém conteste essa minha afirmação, me diga, considerando os exemplos que citei, quem costuma escutar, por exemplo, “Eu dormirei agora” ou “Ele dormirá daqui a pouco”.
O normal é ouvir “Eu vou dormir agora” ou “Ele vai dormir daqui a pouco”.
Enfim, na linguagem oral praticamente não escutamos o tempo futuro na forma simples.
2- Num papo bem coloquial, algumas pessoas, durante a saída, dizem: Fui!
Nesse caso, a pessoa está dizendo Já vou ou Já estou indo.
Há uma outra situação muito curiosa:
Alguém indaga “Você vai à festa?” (não dirá “Você irá?”)
A outra pessoa, então, responde Demorou!
A resposta significa Claro que eu vou! (não será “Claro que eu irei”)
Esse Demorou, analisando apenas a forma verbal, corresponderia ao pretérito perfeito, no entanto indica uma ação futura.
Interessante demais!
3- Se pensamos no pretérito mais-que-perfeito, jamais veremos, numa conversa coloquial, as pessoas falando ele cantara, ele pulara, ele dissera.
É possível a maioria nem sequer entender que o pretérito mais-que-perfeito corresponde ao passado do passado.
O professor dizendo isso parece estar falando grego.
Narrando um fato, porém, escutaremos facilmente as pessoas dizendo ele tinha cantado, tinha pulado, tinha dito, ou seja, a forma composta desses verbos.
Naturalmente as pessoas utilizam o pretérito mais-que-perfeito na forma composta equivalendo a uma forma que, na hora da explicação, parece confusa demais.
Maravilhoso!
4- Podemos perceber que os verbos também seguem o dinamismo natural dos tempos.
Por exemplo, ficar antigamente somente era usado quando alguém estava doente ou saudável, feliz ou triste, aparecendo nas frases Fiquei doente, Fique feliz, Fiquem bem, Fiquei triste.
Agora as pessoas, principalmente os jovens, ficam com Fulano ou Fulana.
Ficar significa, nesse caso, namorar sem compromisso.
O verbo deletar tornou-se popular após a inevitável invasão dos computadores nos hábitos dos cidadãos.
Hoje o computador está tão presente quanto a televisão, a geladeira e o sofá.
O verbo deletar passou a ser muito usado quando queremos eliminar tudo que é desagradável, por exemplo, se não gostamos de algo, sugerimos que deletemos tal coisa com bastante ênfase.
Deletem a preguiça quando estiverem lendo os meus textos!
5- Para terminar, destacarei uma diferença semântica fascinante que percebo entre as palavras orar e rezar.
Tais vocábulos podem até ser sinônimos, no entanto vale ressaltar que, quando repetimos uma oração muito conhecida, às vezes de forma automática, estamos apenas rezando.
Se desenvolvemos uma prece oriunda do coração, com vigor e entusiasmo emocional, estamos orando.
Um querido palestrante disse muito bem que rezar seria abrir a boca para realizar uma prece e orar seria abrir a boca da alma para realizar a mesma prece.
6- Não é uma tarefa difícil confirmar o quanto o verbo, a classe gramatical que mais apresenta flexões, sugere algumas conclusões bastante interessantes.
Algumas dessas deduções, sem a intenção de propor uma discussão chata, lembrando essas aulas maçantes que tanto acontecem por aí, inspiraram este texto com o objetivo apenas de cutucar um pouco os leitores sobre o assunto.
Um abraço!
Dificilmente ou nunca escutaremos “Você visitará Fulano?”
A pergunta provavelmente será “Você vai visitar Fulano?”
Geralmente escutamos vai sair, vou sair, vai cantar, vou cantar, vai dormir, vou dormir, vai namorar, vou namorar. Não costumamos dizer sairá, sairei, cantará, cantarei, dormirá, dormirei, namorará, namorarei.
Caso alguém conteste essa minha afirmação, me diga, considerando os exemplos que citei, quem costuma escutar, por exemplo, “Eu dormirei agora” ou “Ele dormirá daqui a pouco”.
O normal é ouvir “Eu vou dormir agora” ou “Ele vai dormir daqui a pouco”.
Enfim, na linguagem oral praticamente não escutamos o tempo futuro na forma simples.
2- Num papo bem coloquial, algumas pessoas, durante a saída, dizem: Fui!
Nesse caso, a pessoa está dizendo Já vou ou Já estou indo.
Há uma outra situação muito curiosa:
Alguém indaga “Você vai à festa?” (não dirá “Você irá?”)
A outra pessoa, então, responde Demorou!
A resposta significa Claro que eu vou! (não será “Claro que eu irei”)
Esse Demorou, analisando apenas a forma verbal, corresponderia ao pretérito perfeito, no entanto indica uma ação futura.
Interessante demais!
3- Se pensamos no pretérito mais-que-perfeito, jamais veremos, numa conversa coloquial, as pessoas falando ele cantara, ele pulara, ele dissera.
É possível a maioria nem sequer entender que o pretérito mais-que-perfeito corresponde ao passado do passado.
O professor dizendo isso parece estar falando grego.
Narrando um fato, porém, escutaremos facilmente as pessoas dizendo ele tinha cantado, tinha pulado, tinha dito, ou seja, a forma composta desses verbos.
Naturalmente as pessoas utilizam o pretérito mais-que-perfeito na forma composta equivalendo a uma forma que, na hora da explicação, parece confusa demais.
Maravilhoso!
4- Podemos perceber que os verbos também seguem o dinamismo natural dos tempos.
Por exemplo, ficar antigamente somente era usado quando alguém estava doente ou saudável, feliz ou triste, aparecendo nas frases Fiquei doente, Fique feliz, Fiquem bem, Fiquei triste.
Agora as pessoas, principalmente os jovens, ficam com Fulano ou Fulana.
Ficar significa, nesse caso, namorar sem compromisso.
O verbo deletar tornou-se popular após a inevitável invasão dos computadores nos hábitos dos cidadãos.
Hoje o computador está tão presente quanto a televisão, a geladeira e o sofá.
O verbo deletar passou a ser muito usado quando queremos eliminar tudo que é desagradável, por exemplo, se não gostamos de algo, sugerimos que deletemos tal coisa com bastante ênfase.
Deletem a preguiça quando estiverem lendo os meus textos!
5- Para terminar, destacarei uma diferença semântica fascinante que percebo entre as palavras orar e rezar.
Tais vocábulos podem até ser sinônimos, no entanto vale ressaltar que, quando repetimos uma oração muito conhecida, às vezes de forma automática, estamos apenas rezando.
Se desenvolvemos uma prece oriunda do coração, com vigor e entusiasmo emocional, estamos orando.
Um querido palestrante disse muito bem que rezar seria abrir a boca para realizar uma prece e orar seria abrir a boca da alma para realizar a mesma prece.
6- Não é uma tarefa difícil confirmar o quanto o verbo, a classe gramatical que mais apresenta flexões, sugere algumas conclusões bastante interessantes.
Algumas dessas deduções, sem a intenção de propor uma discussão chata, lembrando essas aulas maçantes que tanto acontecem por aí, inspiraram este texto com o objetivo apenas de cutucar um pouco os leitores sobre o assunto.
Um abraço!