O NUMERAL. SUA CLASSICAÇÃO E MUITAS OBSERVAÇÕES E CURIOSIDADES

1) Com o numeral, indicamos com exatidão a quantidade e a ordem (numa série) dos seres. Seus tipos são: a) Cardinal. Indica, com números naturais, a contagem dos seres (dez pessoas); b) Ordinal. Indica, numa série, a posição relativa de um ser (primeiro, quinto); c) Coletivo. Designa um conjunto com quantidade exata de seres (dúzia, dezena, lustro, par); d) Multiplicativo. Indica quantas vezes certa quantidade é multiplicada (duplo, triplo); e) Partitivos (não confundir com fracionários). São os que passam a ideia de partir algo: Meio, metade de (dividir uma quantidade 2), a terça parte de, a quarta parte de, quinta parte de, a sexta parte de; f) Fracionários são os que passam a ideia de fração. Dizem em quantas partes algo foi dividido; g) Romanos. Com eles, entre outras coisas (papa, reis, etc.), marcam-se o século, capítulos de livros e até números em relógios. São sete símbolos: I (1), V (5), X (10), L(50), C (100), D (500), M(1000). Faz-se o número romano em combinações em ordem decrescente: Vamos passar estes numerais arábicos para os numerais romanos: 1525: MDXXV. 1524: MDXXIV. 1523: MDXXIII. 1526: MDXXVI. 1547: MDXLVII. 1459: MCDLIX. 1555: MDLV. 1444: MCDXLIV. Quando se coloca um tracinho sobre uma letra-numeral romano, o valor dessa “letra” é multiplicado por mil. Tentei dar exemplos. Queria escrever 1. 549. 684, não consegui pela deficiência em digitação! Cada letra pode se repetir três vezes, porém, nem sempre é necessário. Exemplo: LL é cem, mas para cem exite C... A possibilidade dos tracinhos, assim como outras combinações, tornam os números romanos também infinitos. Claro, isso só vale para os números naturais, e qualquer um destes pode ser escrito em romano.

2) Cardinal (algo definido) Como Indefinido. Isso ocorre amiúde. Ex.: Alegrias MIL. Chuvas MIL, em abril. Dificuldades MIL.

3) A conjunção "E" Com Os Cardinais: É intercalada entre centenas, dezenas e unidades ( Vinte E dois. Cento E trinta E cinco), mas é proibida entre milhares e centenas (2. 492: Dois mil quatrocentos E noventa E dois). Mas, se o número terminar em centena com dois zeros (3.800: Três mil E oitocentos) a conjunção é necessária.

4) Casos em que o cardinal é usado em vez do ordinal: Quando o substantivo é anteposto ao numeral (para papas, reis, séculos, partes de horas), usa-se o ordinal até o DÉCIMO; a partir daí, usa-se o cardinal, ou quando o ordinal for muito extenso, pode-se usar o cardinal (também posposto ao substantivo): O rei Pedro Primeiro: O rei Pedro onze. O papa Bento sexto (VI): O papa Bento dezesseis (XVI). Século oitavo: Século vinte e um. 3 222: A matrícula três milésima ducentésima vigésima segunga= a matrícula três mil duzentos e vinte e dois (no caso, o numeral fica invariável). Obs.: Se o substantivo estiver posposto ao mumeral, só se usa o ordinal (sec. XXI: vigésimo primeiro século). Para artigos leis, decretos e portarias, o ordinal é usado até nove. Para os dias, salvo o primeiro, os anos e horas, usa-se o cardinal: Cheguei às cinco horas do dia PRIMEIRO de maio (ou DOIS de maio) de dois mil e doze.

5) Casas, quartos, cabines, poltronas, folhas de livro, desde que o substantivo esteja anteposto ao numeral, usa-se o cardinal. Do contrário, usa-se o ordinal: Página três= teceira página. Quarto 32= trigésimo segundo quarto.

6) Flexão do Numeral: Exceto UM, DOIS, as CENTENAS a partir de DUZENTOS, que flexionam em gênero e número (um, dois, uma, duas, duzentas), o CARDINAL é invariável. Já os ORDINAIS variam em gênero e número (segundo, segunda, segundo(s,a). Os multiplivativos variam (gênero, número) quanto tem valor adjetivo ( ações triplas, duplas; testes duplos). Os fracionários podem variar em número, de acordo com os cardinais: UM quarto do povo. DOIS quartos do povo.

7) Observações:

A) Alguns cardinais e ordinais têm formas variantes: Quatorze e catorze, bilião e bilhão, septuagésimo e setuagéssimo. Porém: Não há HUM nem CINCOENTA registrados na NGB;

B) Exceto DOBRO, DUPLO e TRIPLO, os demais multiplicativos (Ex: óctuplo, undécuplo) são de uso erudito. Em vez deles, costuma-se usar o cardinal antes da palavra vezes: Cinco (seis, oito, doze, setenta) vezes: Aquele prédio é OITO VEZES mais alto do que este. E não (por ser mais difícil de dizer e não por ser errado): Aquele prédio é ÓCTUPLO em altura deste.

C) Alguns gramáticos não “adotam” os numerais partitivos. Aceitam todos como fracionários. Destes, há duas formas próprias ( terço, meio ou metade). Quando tem um só radical, os ordinais (quarto, quinto, décimo, milésimo) funcionam como fracionários, mas quando estes são compostos, usa-se o cardinal seguido da palavra AVOS. Uma fração cujo denominador é um número a partir de 11, 4/15, por exemplo, é mais fácil ler QUATRO QUINZE AVOS, do que ler QUATRO DÉCIMO QUINTO.

D) Curiosidade sobre a etimologia da palavra AVO. Aqui não há certeza, existem suposições: Dizem que esse é um sufixo vindo da palavra oitavo; avo em latim significa fração. Na palavra centavo, tal sufixo existe por significar uma fração da moeda. Vejamos o que diz o Professor Alaúzo (blogueiro). “É mais fácil dividir uma pizza em 7 ou 8 fatias? A DIvisão passou a se aplicar a outros divisores, mas foi inventada para 2. Ainda hoje usamos frações binárias, como na polegada, taxas de juros… Partir (a olho, de modo que a divisão seja consensualmente aceitável) em metades é mais fácil do que em terços. Já [re]partir em quartos (metades de metade) volta a ser mais fácil, depois é dureza em quintos ou sextos ou sétimos. Até para reconhecer as fases da Lua (ainda que os quartos designem meias-luas…). Para os oitavos, metades de quartos. Quando se precisou de uma divisão mais fina, passamos para 1/16; chamaram a isso de dezesseis-avos por analogia com os oitavos (pela aversão aos ordinais acima de décimo, na linguagem simples – tampouco dizemos Bento décimo-sexto). Provavelmente só depois o sufixo foi estendido aos outros denominadores”. O importante mesmo é saber que AVO é um nome masculino que serve para ler frações, e indica cada parte em que o todo foi dividido. Se o numerador fo UM (1), fica no singular; se for DOIS ou mais, dica AVOS.

E) Os cardinais terminados em ÃO, sofrem flexões (milhão, milhões, bilhão ou bilião, bilhões e biliões). UM milhão é pouco, mas três milhões são suficientes para a construção da ponte.

F) Zero é um cardinal, geralmente usado em aposição: Grau zero, desinência zero. Ele é o primeiro número natural: 0,1,2,3,4,5,6...

G) CEM, na sua forma não reduzida CENTO, é muito usado substantivadamente: Comprei um cento de pinhas.

H) Ao lado do ordinal PRIMEIRO, nosso idioma usa o latinismo PRIMO: Para designar parentesco (primo, prima), em expressões como obra-prima, matéria-prima, números primos. Em artigo de primeira (superior) e de segunda (inferior) categorias, usados como adjetivos, casos em que os ordinais passam a ter um matiz semântico diferente da noção de número;

I) O cardinal AMBOS varia em número: Ambos os braços, ambas as

pernas;

L) Distinção entre NUMERAL, NÚMERO E ALGARISMO. Número se refere à quantidade. Quando contamos (laranjas), ordenamos (em 1º, 2º e 3º lugares) ou medimos (um terreno, um nível d’água dum açude, a altura de alguém) é a idéia de número que temos na cabeça. Numeral é a representação do número (10, dez, 2º, segundo) na escrita ou fala. Algarismo é o símbolo numérico para escrever os números. Uma ilustração: Num saco há doze peras. Você tirou dele cinco frutas. Você lidou aí com quantidades ou números. Então, você deseja representar esses números. Agora você já vai lidar com numerais, que podem ser escritos com algarismo (as "letras" dos números): 12 e 5. O “1”, e o “2” não são números, mas sim algarismos. O 12 é um numeral que representa um número, uma quantidades: Um dúzia de seres. O 5 é algarismo e numeral ao mesmo tempo, que representa uma quantidade, que também pode ser representada pelo numeral CINCO. Em CINCO, você usa letras e não algarismos. No numeral 46567, temos aí quatro algarismos (e não 4 números, muito menos 5). O 6, na posição (ordem) de milhar, e o 6, na posição das dezenas, é um único algarismo. Aquele numeral poderia ser escrito também com letras e palavras, mas daria muito trabalho.

J) Há controvérsia em considerar numerais coletivos como tais, por se referir a uma quantidade exata de seres.

L) Falamos acima que os algarismos romanos (sim! As “letras” do numerais romanos se chamam algarismos e não letras; estas formam as palavras e não os numerais) só se referem a números naturais. Estes é o primeiro conjunto numérico que estudamos na Matemática, e também antes mesmo de estudarmos qualquer outra coisa. O simples fato de convivermos, a idéia desses números já nos familiariza com eles. Os números naturais começa assim: 0,1,2,3,4,5,6,7,8,9...”Até” o infinito. Nele não há números negativos (nem fracionários, nem reais e muito menos complexos). As quatro operações aritméticas básicas, nem elas, os algarismos romanos possibilitavam fazer. Para isso, eles usavam o "abacus".

M) PAR: São duas coisas que aparecem juntas. CASAL: Dois heterosexuais: Um casal de pombos (ou de filhos, ou de pássaros). Dois homos podem formar um par, jamais um casal ou contrair casamento. No máximo, um par homo em contubérnio, ou uma sociedade sexo-econômica.

N) Palavras do gramático Napoleão M. de Almeida (Gram. Met. da Ling. Port) sobre artigo UM e UM numeral: "Um, quando cardinal, indica realmente número e tem por plural DOIS". Dica, admite as palavras só e único. "Quando indefinido admite, um tem plural UNS e admite, por contraposição, o adjetivo outro: Fiquei conhecendo hoje um homem, de que há muito ouvi falar. Um (só) homem é bastante para erguer isso".

O) O cifrão só tem uma traço $ (e não dois). MIL é prural; UM é singular; portanto, escrever UM MIL é coisa de quem não sabe o que escreve. MEIO é numeral singular. Portanto, o certo é AO 0,5% e não AOS 0,5% ao mês. Atualmente (2012), por decisão dilmocrática, a poupança vai pagar aos humildes invetidores só 0,5% ao mês. Em textos dissertativos, deve-se escrever palavras e não agarismos. Estes ficam reservados a datas, números de telefone, unidades de medidas, etc., e não a 4 mangas, a 10 bandeiras, a 5 reais, que devem ser escrios quatro, dez e cinco.

P) Com noção hiperbólica, MIL, MILHÃO e BILHÃO são frequantemente usados para trasmitir quntidade ilmimitada e exagerada;

Q) Leitura de Números. Para melhor leitura dos números, agrupamos, a contar sa direita para esquerda, em centenas, dezenas e unidades:

8.236.223: oito milhões duzentos e trinta e seis e duzentos e vinte e três. Para os anos, não há esses agrupamentos. Pode-se resumir as datas completas:05-06-2012, com o zero antes no número do dia e do mês. Com isso,escrevemos menos e se pode evitar fraudes. Mas, é vedado o uso em textos dissertativos. Para leitura das horas:1h2mim1s,

2h15min20s, 6h56mim4s. Muitos usam a forma inglesa, burramente!

Pedro Cordeiro
Enviado por Pedro Cordeiro em 11/08/2012
Reeditado em 02/10/2012
Código do texto: T3825833
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