A PERGUNTA FUNDAMENTAL

Hoje, às 9 horas e 25 minutos, ao abrir o livro "Novas Palavras", volume 1, da FTD, ano 2005, eu li - na página 16 - o título: "O que é a literatura?" Procurei o livro "Novas Palavras", 2010, da mesma Editora, manual do professor. Eu li - na página 17 - o título: "O que é arte?"

KANT é considerado o maior filósofo do Iluminismo alemão. Para ele, a Filosofia deve responder a quatro questões fundamentais: "O QUE POSSO SABER? COMO DEVO AGIR? O QUE POSSO ESPERAR? O QUE É O SER HUMANO?"

SÓCRATES era um filósofo que andava pelas ruas, praças e mercados de Atenas perguntando: "O QUE É?"

A questão metafísica fundamental é: "O QUE É?" Você encontra isso nos compêndios de Filosofia.

Os filósofos e sociólogos perguntam: "O QUE É?" Leia, por exemplo, o livro "Introdução à Sociologia", ensino médio, volume único, Editora Ática, ano 2010, de Pérsio Santos de Oliveira. Veja, em todos os capítulos, a pergunta: "O QUE É?"

PRÁTICA DA LINGUAGEM

"Compare os seguintes textos, um do século XIX (Gonçalves Dias), outro do século XX (Oswald de Andrade). O segundo, uma paródia (imitação propositada) do primeiro:

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o sabiá;

As aves que aqui gorjeiam,

Não gorjeiam como lá.

(Gonçalves Dias)

Minha terra tem palmares

Onde gorjeia o mar

Os passarinhos aqui

Não cantam como os de lá.

(Oswald de Andrade)

1. Identifique o assunto de cada um dos textos. São semelhantes? Qual é o assunto?

2. O que os textos possuem em comum?

3. O que explica as diferenças entre um e outro?"

Essa é uma transcrição de parte de uma atividade do livro: MAIA, João Domingues. Português. Série Novo Ensino Médio, edição compacta, volume único. São Paulo: Editora Ática, 2004.

"What did you say?"

"O que você disse?"

(Dicionário Oxford Escolar, para estudantes brasileiros de inglês. Edição atualizada)

"What did you say?"

"O que você disse?"

"What would she like to drink?"

"O que ela gostaria de beber?"

(Gramática Prática da Língua Inglesa: o inglês descomplicado. Editora Saraiva, 2007)

DICIONÁRIO CALDAS AULETE DA LÍNGUA PORTUGUESA, ano 2008: "Que/O que é isso? Notas: Antes de substantivo só se usa 'Que' (Que barulho é esse?). Antes de um verbo, podem ocorrer 'Que' ou 'O que', sendo este último o mais usado (O que é isso?)"

Confirma-se, pois, o que eu disse, em textos anteriores.

A "MODERNA GRAMÁTICA PORTUGUESA", 37ª edição, revista, ampliada e atualizada conforme o Novo Acordo Ortográfico, de Evanildo Bechara, registra: "Em lugar de QUE pode-se usar a forma enfática O QUE". Exemplo:

"Agora por isso, O QUE será feito de frei Timóteo?! Era naquele tempo um frade guapo e alentado! O QUE será feito dele?" (Alexandre Herculano)

O DICIONÁRIO HOUAISS DA LÍNGUA PORTUGUESA, ano 2009, registra: "QUE/O QUE: Empregado como expletivo, em frases de estruturas diversas: Que gentil que ela é! Quem quiser sair da sala, QUE saia; QUE ninguém se mexa! QUE Deus lhe pague em dobro! O QUE você pretende fazer?"

Tudo isso faz parte da variedade CULTA da língua portuguesa. A VARIEDADE FORMAL DA LÍNGUA PORTUGUESA É MUITO MAIS DO QUE AS 10 CLASSES GRAMATICAIS. Existem expressões estilísticas. Estas enfatizam o que é dito. Reforçam o sentido dos enunciados. Dão força e elegância ao conteúdo. Isso precisa ser mostrado às pessoas. Isso é certo. Isso é correto. Isso é CULTO. Porém, existem as posições individuais. Eu respeito. Mas não se deixe levar por aquilo que é pessoal. Ninguém tem o direito de querer enganar as pessoas. O certo deve ser mostrado, revelado. Eu, quando não gosto, digo: Eu não gosto, no entanto, é correto.

Outros exemplos de expressões expletivas:

Eu é que estou dizendo tudo.

Eu é que estou mostrando a verdade.

Nós é que somos brasileiros.

As pessoas são livres para se expressarem também assim:

Eu estou dizendo tudo.

Eu estou mostrando a verdade.

Nós somos brasileiros ou Somos brasileiros.

É melhor corrigir o que se escreve do que ficar apontando erros onde não há. É fundamental aprofundar-se.

Os livros didáticos são escritos na variedade culta do idioma. Os dicionários mostram o que é certo. As gramáticas apresentam vários exemplos com O QUE. É fundamental atualizar-se. É fundamental pesquisar. É fundamental estudar. É fundamental conhecer bem, antes de criticar. Ah! Essa repetição se chama anáfora.

Eis uma pergunta filosófica: O QUE É? Isso não é linguagem coloquial. No entanto, usamos muito bem essa pergunta no cotidiano. Diariamente, dizemos: Eu te amo. Formalmente, dizemos: Eu te amo. É simples. É fácil. É culto. O fato de uma expressão ser utilizada na conversa familiar não exclui a possibilidade de essa mesma expressão ser permitida na variedade formal. Outro exemplo: Veja só o que ele disse! Poderia ser: Veja o que ele disse! Porém, queremos destacar, reforçar, enfatizar. A língua permite.

Os interrogativos existem. Sabemos que as frases interrogativas diretas são iniciadas pela palavra interrogativa e terminadas por ponto de interrogação. Exemplos: "Quem venceu a Guerra dos Sete Anos?" Que você disse? Entrementes, há formas enfáticas de utilizá-los. A língua possibilita.

Concluo este assunto com algumas perguntas extraídas do livro "Novas Palavras", volume 2, da FTD, ano 2010:

"O que é aposto?"

"O que é vocativo?"

"O que é conjunção?"

"O que é sujeito?"

"O que é complemento nominal?"

"O que é predicativo do sujeito?"

Lembre-se: Devemos aprender através dos exemplos. Os livros didáticos são exemplos a serem seguidos. Eles estão escritos assim? Assim também eu escrevo e falo.

Fique à vontade! Quem não gosta tem o direito de não gostar. Mas, O CERTO NÃO DEPENDE DE GOSTOS INDIVIDUAIS. Quem não gosta disso vai ver e ouvir, durante a vida inteira, esta pergunta: O QUE É? Saiba que muitas pessoas instruídas irão assim proceder. Elas estarão respeitando a nossa língua e dando força ao que é dito. Estarão sendo elegantes.

Sugestões:

Sugiro a quem escreve sobre português e inglês que compre algumas gramáticas de língua portuguesa e língua inglesa atualizadas. Faz-se mister comprar também dicionários sobre esses idiomas. Além de comprá-los, eu sugiro que os leia. Depois, poderá fazer críticas, se for necessário.

Sou grato!

Domingos Ivan Barbosa
Enviado por Domingos Ivan Barbosa em 06/08/2012
Reeditado em 06/08/2012
Código do texto: T3816457
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