Interrogando Corretamente
" Feliz o que transmiti o que sabe, e aprende o que ensina " (Cora Coralina).
- "Qué - Se acentua cuando se usa para hacer perguntas, y no requiere artículo: ?Qué dijiste? ?Que opinas de esto?" (Minidicionário Espanhol Português -Eugenia Flavian e Gretel Eres Fernández.)
- Qué no requiere? -Artículo ( Que não requer? -Artigo). ?Qué dijiste? ( E não: "El" [ "o" ] qué dijiste? )
-O mesmo raciocínio temos de aplicar em português.
-Doutor Napoleão, Gramática Metódica: "Interrogativos: São assim chamados que, quem,qual e quanto, quando participantes de orações interrogativas: 'Que horas são?' -'Que hora é?' -'Quem disse?' -'Qual homem isso conseguirá?' -'Quantos soldados devemos mandar?' -'Quanto queres?'...............................................
Não constitui construção sintaticamente legítima o emprego da forma 'o que' como pronome interrogativo, embora comum no linguajar do povo e, mais ainda,encontrado em bons escritores. O que sois? (Gonç, Dias) -O que será padre? (Garrett) -O que te fez, meu filho? (Odorico Mendes) -O que será feito de frei Timóteo? (Alex. Herculano) -O que fariam eles? (Latino Coelho) -O que era isto? (Castilho) -O que são sílabas? (Aulete).
Também o espanhol luta com o popular interrogativo 'el que'.
Não é construção legítima, porque o 'o' ( ou o 'el' espanhol) nenhuma função sintática fica exercendo na oração, emprega-se somente quando estritamente necessário para a eufonia, o que se dá quando o 'que' vem depois do verbo: 'Fez ele o quê?' -'Mandarias o quê?'
Iniciando a oração o 'que', mais castiçamente, deverá vir desacompanhado do 'o', porque neste caso é sintática e eufonicamente inútil: 'Que queres?' -'Que há?' -'Que?!' "
Júlio Ribeiro: ".... - Que teria Lenita?......que havia ele de fazer?.....- Que foi que atirou, D, Lenita? perguntou a mulata.....- Que é isto, minha senhora; que é isto, Lenita?.....Que é que tem? perguntou surpreso o coronel......- Que moléstias?.....- Fez? Que é que me fez você?....Que mais?....Que tinha isso?....- Que é isto? perguntou......" (A Carne ).
Dic.Folha Webster's,pág. 550: "Que/Kl/a. What, Which. Que horas são? What time is it?... Que é que há? (Colloq.) What the matter? Que é que há de novo? (Colloq.) What's New?........"
-Logo, interrogando corretamente. Latim: Quid novi? = Que há de novo? Inglês (colloq.): What's new? = Que há de novo? (=Que é que há de novo?)
Os interrogativos da língua portuguesa são que,quem,qual,quanto, QUANDO PARTICIPANTES DE ORAÇÕES INTERROGATIVAS: Que é cacofonia? Que é isto rapaz? Que há de novo?
Dic.Folha Webster's: "What did you say? =Que é que você disse?"
Minidicionário Espanhol Português: " Qué -Se acentua cuando se usa para hacer perguntas, e no requiere artículo: ?Que dijiste?....."
-" Que - Se acentua quando se usa para fazer perguntas, e NÃO REQUER ARTIGO." E, diga-se de passagem, bons exemplos é o que não nos faltam.
Miguel de Cervantes: "... ¿qué hiciérades vosotros en confesar una verdad tan notoria?......–¿Que tan grande le parece a vuestra merced, mi señor don Quijote –preguntó el barbero–, debía de ser el gigante Morgante?........ ¿Qué tiene que ver manosearme el rostro con la resurreción desta doncella?......¿Qué es lo que mandáis, hermano?.... ¿Qué dijera el señor Amadís si lo tal oyera?......¿qué haré de rosario, que no le tengo?....–¿Qué me ha de suceder –respondió Sancho–, sino el haber perdido de una mano a otra, en un estante, tres pollinos, que cada uno era como un castillo?.....¿Qué será de mí si a mi amo le da antojo de ser arzobispo, y no emperador, como es uso y costumbre de los caballeros andantes?......" ( Dom Quixote ).
Garcia Lorca: "....¿Qué hacer, Dios mío, para sacudir a Granada del sopor mágico en que vive?....(História de Este Galo)// .... ¿Qué motivo tenéis para despreciar lo ínfimo de la Naturaleza?...¿Qué os pasa entonces?...¿Qué decía la receta?...¿Qué tal es él?...¿Qué os pasa, linda negra?...¿Os molesta vuestra suegra?...¿Que me emborracho?... Pues bien:....¿Qué es?...¿Qué pasará?....." (El Maleficio de La Mariposa).
-QUANDO INTERROGATIVO, conforme nos ensina corretamente o DOUTOR NAPOLEÃO MENDES DE ALMEIDA, "... INICIANDO A ORAÇÃO, O 'QUE', MAIS CASTIÇAMENTE,DEVERÁ VIR DESACOMPANHADO DO 'O', PORQUE NESTE CASO É SINTÁTICA E EUFONICAMENTE INÚTIL."
-Por acaso em português nos faltam bons exemplos? -Claro que não!
Camões: "......Que famas lhe prometerás? Que histórias?
Que triunfos? Que palmas? Que vitórias?...." ( Os Lusíadas).
Vieira (Sermão da Epifania): ".....Que diz o evangelista? .... Mas que será dos pobres e miseráveis índios, que são a presa e os despojos de toda esta guerra? Que será dos cristãos? Que será dos catecúmenos? Que será dos gentios? Que será dos pais, das mulheres, dos filhos, e de todo o sexo e idade?.....Que mulher, que filho, e que dragão é este?.... Que causas serão estas?........"
-Por acaso há quem escreve tais bobagens: "O" que mal te fizemos? O correto e natural não é: Que mal te fizemos?
"O" que idade você tem? O natural e correto não é: Que idade você tem? Logo, que é que há? Que há? (E não:"O" que há? Nem: "O" que é que há?)
Gil Vicente (Auto da Barca do Inferno): " Que coisa é esta?.... Que?... .Que diz?.......Que? Que? Que? Assim lhe vai?!...."