NÃO EXISTE ANTÍDOTO CONTRA ESTE VENENO

Embora seja nitidamente redundante a expressão “ANTÍDOTO CONTRA”, já que a ideia de “CONTRA” já se acha expressa pelo prefixo “ANTI”, NÃO se enquadra a referida expressão entre os casos de pleonasmo vicioso.

Com o vocábulo “ANTÍDOTO”, a exemplo de tantos outros, ocorreu o que se convencionou denominar de “esquecimento etimológico”, pelo que se encontram em bons escritores exemplos como este: “Brás Luís escassamente se podia desobrigar de acudir-lhe três vezes por dia com água de Inglaterra, com pedra cordial de Gaspar Antônio, ou com água de língua de vaca, ‘antídotos’ de sua predileção ‘contra’ os histerismos e enxaquecas da senhora D. Cláudia da Silveira.” (Camilo Castelo Branco, Olhos de Vidro, p. 76).

Nada obstante, jamais deixaremos de atentar para o fato de que “As razões da divergência são mais úteis do que as da concordância, porque suscitam reflexão e o reexame de nossas opiniões.” — B. Calheiros Bomfim.

É ou não intrigante e curiosa nossa Língua Portuguesa?

David Fares
Enviado por David Fares em 02/06/2012
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