"EM MÃO" OU "EM MÃOS?" QUAL É O CERTO?

"A gente entrega a correspondência em mão. Em mãos? Nem pensar." (SQUARISI, Dad. Dicas da Dad: português com humor. 11. ed. São Paulo: Contexto, 2006. P. 53)

"Mandei-lhe uma carta em mão." (AURÉLIO, 2004)

Todavia, o Míni Aurélio (2010) registra as duas formas: "em mão" e "em mãos".

Os Dicionários HOUAISS (2009), CALDAS AULETE (2008) e CEGALLA (2008) registram as duas formas: "em mão" e "em mãos".

Em mão (s): Aquilo que deve ser entregue pessoalmente, por um portador, em vez de ser enviado pelo correio. Podemos dizer: "em mão própria" ou "em mãos próprias".

Abreviatura de "em mão" ou "em mãos": E.M.

Abreviatura de "em mão própria" ou "em mãos próprias": E.M.P. (Esta última abreviatura é registrada pelo AURÉLIO, 2004).

Conclusão: As oposições a esta forma "em mãos", indiscutivelmente, são inevitáveis. A forma "em mão" poderá ter um grupo maior de defensores. No entanto, a língua portuguesa é uma estrutura viva e dinâmica. Vale ressaltar: Os lexicógrafos permanecem em constante atualização. Todos os falantes de uma língua devem fazer o mesmo. Vejamos que o AURÉLIO, em 2004, registrava somente uma forma como aceitável. Em 2010, duas opções.

Sofre muito quem se opõe às mudanças inevitáveis. "Tudo se move", "tudo escorre" (Panta rhei), dizia Heráclito. Ele estava certo.

Há oposições. Todavia, "em mãos" é correto.

Podemos usar a forma "em mãos"? Podemos. Quem nos autoriza? Os dicionários da atualidade. E, os gramáticos que se opõem a isso? Eles têm o direito de se opor.

Na dúvida sobre usar ou não usar alguma palavra, expressão ou construção, consulte um bom dicionário da atualidade. Podem ser: HOUAISS (2009), AURÉLIO (2010), CALDAS AULETE(2008), CEGALLA (2008), O GRANDE DICIONÁRIO UNIFICADO DA LÍNGUA PORTUGUESA (2009).

E as gramáticas? Devemos desobedecer a elas? Não. Devemos consultar aquelas que são reflexo do nosso tempo, ou seja, aquelas atualizadas. Principalmente as edições de 2008 aos nossos dias. As de anos anteriores são importantes, porém, não podem ser absolutizadas.

Carpe diem!

Domingos Ivan Barbosa
Enviado por Domingos Ivan Barbosa em 15/05/2012
Reeditado em 01/02/2018
Código do texto: T3668730
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