“SUJEITO PREPOSICIONADO” E “NÃO PREPOSICIONADO”

Embora ainda existam vozes autorizadas sustentando o contrário, o sujeito, em bom português, NÃO pode aparecer regido de preposição.

Assim, por exemplo, quando a preposição “DE” rege oração infinitiva [aquela que contém verbo no infinitivo], NÃO se deve combinar essa preposição com o artigo “O” ou “A” que antecede o SUJEITO de tal oração.

Por isso, não se diz, por exemplo: No caso DO professor ACEITAR a resposta. Dir-se-á: No caso DE O professor ACEITAR a resposta (ou: No caso de aceitar o professor a resposta). Outros exemplos: Não há mal EM OS alunos PEDIREM revisão das provas. / Chegou a hora DE OS alunos PEDIREM revisão de provas. / Está na hora DE A onça BEBER água. / Na hipótese DE O aluno SER aprovado, haverá vaga na sala. / Está no momento DE A aula COMEÇAR. / Apesar DE O trabalho TER SIDO publicado somente ontem...

Enfim, quem não obedecer a essa norma cometerá um solecismo de regência (erro que atenta contra as normas do português padrão).

Atualmente, porém, sob o regime do Novo Acordo Ortográfico, a questão parece ter sido finalmente resolvida em razão do que expressamente consta da última observação feita na Base XVIII — Do apóstrofo —, sob a Regra n.º 2, b, a qual traz a seguinte e lúcida observação de cunho normativo:

“Quando a preposição ‘de’ se combina com as formas articulares ou pronominais ‘o’, ‘a’, ‘os’, ‘as’, ou com quaisquer pronomes ou advérbios começados por vogal, mas acontece estarem essas palavras integradas em construções de infinitivo, não se emprega o apóstrofo, NEM SE FUNDE A PREPOSIÇÃO COM A FORMA IMEDIATA, ESCREVENDO-SE ESTAS DUAS SEPARADAMENTE: ‘a fim de ele compreender’; ‘apesar de o não ter visto’; ‘em virtude de os nossos pais serem bondosos’; ‘o fato de o conhecer’; ‘por causa de aqui estares’”. (destacamos)

Assim, salvo engano, deduzimos que um fato que era predominantemente sintático passou a ter tratamento ortográfico-normativo.

Nada obstante, jamais deixaremos de atentar para o fato de que “As razões da divergência são mais úteis do que as da concordância, porque suscitam reflexão e o reexame de nossas opiniões.” — B. Calheiros Bomfim.

É ou não intrigante nossa Língua Portuguesa?

David Fares
Enviado por David Fares em 09/05/2012
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