QUADRO RESUMO DE ANÁLISE SINTÁTICA

Fazer análise sintática é dizer qual é a função de cada termo de uma oração. Só se faz análise sintática de enunciados que tenham verbos, isto é, de orações. Para esse estudo, usamos palavras e conceitos da Nomenclatura Gramatical Brasileira, que é um guia, em 1959 transformado em lei (portaria do presidente JK), criado por um grupo de eminentes conhecedores do vernáculo.

A terminologia da análise sintática é esta:

1) Termos essenciais da oração:

a) Sujeito (simples, composto, indeterminado, oculto);

b) Oração sem sujeito;

c) Predicado (nominal, verbal, verbonominal);

d) Predicativo (do sujeito e do objeto);

e) Verbo (intransitivo, transitivo direto, transitivo indireto, transitivo direto e indireto, de ligação);

2) Termos integrantes da oração (complemento nominal, complemento verbal, objeto direto, objeto indireto e agente da passiva);

3) Termos acessórios da oração ( adjunto adnominal, adjunto adverbial; aposto)

4) Vocativo.

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Não objetivamos fazer um estudo detalhado de análise sintática. Apenas o essencial para adentrarmos outro de maior complexidade: O período composto, cujo conhecimento nos ajudará a fazer uma pontuação consciente e segura de nossos textos. Produzir textos claros e compreensíveis, como se sabe, é indispensável à comunicação, isto é, à transmissão correta das mensagens, que é a finalidade principal do estudo da Gramática.

Aqui, evitaremos discutir casos polêmicos, de quaisquer espécies. O intuito é, numa visão panorâmica e resumida, municiar os leitores do conteúdo terminológico mínimo para que eles entendam bem o estudo do período composto.

(Nossos próximos escritos no RL será a continuação desta aula, que hoje introduzimos).

1) TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO: Sujeito e Predicado

O termos essenciais da oração são o sujeito e o predicado. O sujeito é o termo do qual o predicado dá alguma informação. O predicado é o termo onde está o verbo.

O sujeito pode vir antes (ordem direta), depois (ordem inversa) ou no meio do predicado: O pássaro voou alegremente. Voou alegremente o pássaro. Alegremente o pássaro voou. (sujeito: o pássaro). Ele pode ser determinado ou indeterminado, conforme possa ou não ser identificado na oração.

Sobre o sujeito indeterminado, recomendamos a leitura do texto SUJEITO INDETERMINADO (código: T3628447), aqui no Recanto Das Letras, de nossa autoria.

O sujeito determinado pode ser simples (tem apenas um núcleo: O cachorro mordeu a criança), composto (tem mais de um núcleo: O cachorro e o gato fugiram) e implícito ou oculto (identificado pela desinência verbal: Falei tudo. Sujeito: Eu).

Há também orações sem sujeito, cujos casos podem ser lidos no texto QUANDO, NA ORAÇÃO, O SUJEITO NÃO TEM VEZ... ( código: T3637298), no RL, também de nossa autoria.

No predicado há sempre um verbo (ou locução verbal), que pode ser o núcleo do predicado (quando o verbo é nocional, isto é, exprime processo) ou apenas de ligação (apenas liga um nome ao seu predicativo: Verbo não nocional, que indica estado). No caso do verbo de ligação, o núcleo do predicado é um nome e não o verbo:

O gato pulou a cerca (verbo nocional. Ele é o núcleo do predicado).

O gato está doente (verbo não nocional. Indica um estado. O núcleo do predicado é um nome: O adjetivo “doente”).

O contexto é fundamental. Um verbo pode ser nocional em um caso e não nocional em outro: A idosa anda devagar. A idosa anda acamada.

O verbo nocional pode ser intransitivo (VI), transitivo direto (VTD), transitivo indireto (VTI), transitivo direto e indireto (VTDI).

O VI encerra em si uma significação completa, dispensando complementos: A mulher morreu. A manga caiu. Eu vivo.

O VTD pede um complemento: O objeto direto (OD), que se liga diretamente ao verbo, sem a necessidade de preposição.

Há casos, porém, em que o OD vem preposicionado (leia o texto Objeto Direto Preposicionado, T3608686, aqui no RL), não por necessidade do verbo, mas por motivos inerentes ao próprio objeto ou por outras razões, como esta: Mordeu o homem a mulher. Para saber quem sofreu a dentada, é só colocar uma preposição: Ao homem mordeu a mulher. O homem mordeu à mulher. Nesse caso, a preposição foi usada por motivo de clareza.

O VTI pede um complemento indireto: O objeto indireto (OI). Vejamos estas duas orações: Gosto pular. Necessito remédios. Elas ficam estranhas ou mesmo sem sentido sem a preposição DE.

O VTDI pede ao mesmo tempo OD e OI: Ela deu. Ela deu a boneca. Ela deu a boneca à filha. Percebe-se que só a última oração tem sentido completo. Efetivamente, quem dá, dá algo (OD) a alguém (OI).

Há três tipos de predicados: a) O nominal, onde se encontra o verbo de ligação e o predicativo (este e não o verbo é o núcleo do predicado); b) O Verbal, cujo núcleo é um verbo; c) Predicado Verbo-Nominal, onde há dois núcleos: Um nome, o predicativo (do sujeito ou do objeto); e um verbo, que indica uma ação do sujeito:

Os alunos estudavam animados (= Os alunos estudavam. Os alunos estavam animados).

O juiz lia feliz (feliz: Predicativo do sujeito. ‘Lia’: Verbo nocional)

O juiz julgou a ré culpada (culpada: Predicativo do OD. Julgou: Verbo nocional).

Costumam lhe chamar de idiota (nessa oração de sujeito indeterminado, temos um predicado verbo-nominal: Chamar: VTI. Idiota: Predicativo do OI).

2) TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO: São os que completam o sentido dos nomes e dos verbos “carentes”. Há três tipos: a) Os complementos verbais (OD: objeto direto e OI: objeto indireto); b) complemento nominal; c) agente da passiva.

O OD liga-se ao verbo sem preposição obrigatória: Espero você em casa. Ou através preposição “facultativa”: Amemos a Deus!

No caso do OI, é necessária a preposição: Doei-lhe o carro.

2) O complemento nominal completa o sentido de um nome (substantivos, adjetivos, advérbios) através de preposições: Não sou favorável ao aborto criminoso. (‘ao aborto’ é CN, pois completa o sentido de um nome e não de um verbo).

3) Agente da passiva. Uma oração com verbo na voz ativa, ao passar para voz passiva, o sujeito passa a ser o agente da passiva:

O cão feriu o menino (voz ativa). O menino foi ferido pelo cão. Notar que, em ambas as orações, o praticante da ação é o mesmo: O cão.

4 ) TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO. São termos não essenciais na estrutura da oração, mas importantes para se entender bem o enunciado. São o adjunto adverbial, o adjunto adnominal e o aposto.

O adjunto adnominal caracteriza o nome (são os adjetivos, as locuções adjetivas, os artigos, os pronomes adjetivos e os numerais adjetivos): A mulher embriagada bateu em quatro homens: “Mulher” tem como adjuntos adnominais: A (artigo), embriagada (adjetivo). Já “homens” têm como ad. adnominal o numeral quatro. O adjunto adverbial modifica o verbo: A criança nasceu rapidamente (rapidamente: adj. adverbial de modo).

O aposto explica ou especifica um termo da oração, vem isolado (por vírgula, dois-pontos ou travessão), e equivale sintaticamente ao termo com o qual se relaciona, por poder substituí-lo.

Amanhã, domingo, irei à praia. (Domingo irei à praia).

Gosto de várias tipos de frutas: Laranja, caqui, manga, melancia e outras (gosto de laranja, caqui...)

Um termo pode ser aposto de outro aposto: Hitler, ditador alemão, homem sanguinário, provocou a Segunda Guerra Mundial: “Ditador alemão” é aposto de Hitler. “Homem sanguinário” é aposto de “ditador”.

5) Vocativo. É um termo sem relação sintática com outros da oração, isto é, não faz parte do sujeito nem do predicado. Com ele invocamos ou chamamos alguém, vem separado por vírgula e, eventualmente, é acompanhado por interjeições apelativas ( ei, ó, eh, olá):

Zico, passa a bola!

Professor, tire-me uma dúvida!

Ó Deus, tem piedade desta criatura ínfima que te roga!

Pedro Cordeiro
Enviado por Pedro Cordeiro em 01/05/2012
Reeditado em 10/05/2012
Código do texto: T3644446
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