EMPREGO DOS ARTIGOS INDEFINIDOS

Segundo ensinam os estudiosos do idioma, constitui vício a ser evitado o uso abundante dos artigos indefinidos [UM, UNS, UMA, UMAS].

Deve-se, pois, evitar empregá-los antes de OUTRO, TÃO, CERTO, DETERMINADO, SEMELHANTE, COMO (comparativo), e IGUAL.

Assim, deve-se escrever e dizer corretamente:

Ontem conhecemos OUTRAS cidades.

Estava em TÃO boa situação financeira que o invejei.

Vi hoje CERTO rapaz muito educado.

É uma honra ser aluno de TAL professor.

SEMELHANTE modo de agir é condenável.

Luminoso COMO raio de sol.

Preto COMO pano de guarda-chuva.

Nunca vi coisa IGUAL.

Quase sempre a frase lucra em elegância com a supressão do artigo indefinido.

Exemplos:

Discursava com a voz pausada e forte. [e não: com UMA voz pausada e forte]

Usava maneiras delicadas. [e não: UMAS maneiras delicadas]

Ludêncio é homem de honra. [e não: UM homem de honra]

Descobri olhares rancorosos em torno de mim. [e não: UNS olhares rancorosos]

Entretanto, muitas vezes os artigos indefinidos dão vigor à construção, tornando-se até indispensáveis.

Exemplos:

UMA loucura o que fizestes.

O rapaz teria UNS vinte anos.

És UM trapalhão.

UM bom sono, eis do que preciso.

Tenho Um medo!

Tens UMA língua.

UM sorriso apenas.

Nada obstante, jamais deixaremos de atentar para o fato de que “As razões da divergência são mais úteis do que as da concordância, porque suscitam reflexão e o reexame de nossas opiniões.” — B. CALHEIROS BOMFIM.

É ou não curiosa e apaixonante nossa inigualável Língua Portuguesa?

David Fares
Enviado por David Fares em 28/04/2012
Código do texto: T3637778
Classificação de conteúdo: seguro