SUJEITO INDETERMINADO

A NGB afirma que o sujeito é um termo essencial nas orações, mas, ao mesmo tempo, classifica algumas delas como ORAÇÕES SEM SUJEITO.

Já aludi, alhures, a esse fato. Falo hoje sobre orações de SUJEITO INDETERMINADO.

Vou, numa sequência de tópicos, discorrer sobre algumas classes gramaticais e a respeito dos vários elementos sintáticos, fazendo as respectivas análises, como estratégia para abordar um assunto mais complexo: Os PERÍODOS COMPOSTOS, porquanto o estudo destes, entre outras coisas, é condição “sine qua non” para que possamos pontuar de forma consciente nossos textos. Como se sabe, uma correta pontuação é indispensável para evitar ruídos de comunicação nos textos escritos, pois conseguimos transmitir a mensagem de forma clara e objetiva.

Há três formas de se construir uma oração com sujeito indeterminado:

1) Com verbo na 3ª pessoa do plural, sem uma referência a um termo anterior na mesma oração ou em outras escritas anteriormente:

a) Quebraram o vidro da janela.

Quem? Não se sabe exatamente quem.

b) Os garotos jogavam bola na rua. A bola, numa jogada, desviou-se da trajetória pretendida. Quebraram o vidro da janela.

Quem quebrou o vidro da janela? Os garotos.

A mesma oração, uma com sujeito claro ( oração b) e a outra com sujeito desconhecido (oração a).

O sujeito da oração “a” é indeterminado.

c) Estão querendo (querem) a todo custo invadir o gramado.

Na oração “c”, a indeterminação do sujeito é feita com uma locução verbal no plural.

2) Com o pronome SE (índice de indeterminação do sujeito) e o verbo (ativo) intransitivo, transitivo indireto e de ligação, na terceira pessoa do singular.

a) Com o verbo intransitivo: Come-SE bem neste restaurante.

b) Com o verbo transitivo indireto: Precisa-se de mecânicos.

c) Com o verbo de ligação: Numa cama de cirurgia, é normal se ficar apreensivo.

3) Com o verbo no infinitivo impessoal: É árduo trabalhar na roça. Era extasiante ver aquelas cenas.

Observação: Se o verbo for transitivo direto, não é possível indeterminar o sujeito com o pronome SE. Com tal verbo, esta partícula se torna apassivadora e você constrói a voz passiva sintética.

Com o verbo comprar, por exemplo, que é VTD: Comprou-se o terreno. “O terreno” é o sujeito (determinado, portanto).

Pedro Cordeiro
Enviado por Pedro Cordeiro em 23/04/2012
Reeditado em 23/04/2012
Código do texto: T3628447
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