O INDEVIDO USO DA PREPOSIÇÃO “A” EM LUGAR DE “QUE”, “DE”, “POR” e “COM”
Segundo ensinam os clássicos e os grandes estudiosos do idioma, o uso da preposição “a” em lugar de “que”, “de”, “por” e “com” constitui galicismo.
Exemplos:
Temos alguns casos a resolver. [errado]
Temos alguns casos que resolver ou por resolver. [certo]
Este é o caminho que tens a tomar. [errado]
Este é o caminho que tens de tomar ou que tomar. [certo]
Deu-me um problema a duas possíveis soluções. [errado]
Deu-me um problema com duas possíveis soluções. [certo]
Efigênia tem algo a acrescentar. [errado]
Efigênia tem algo que acrescentar ou que possa acrescentar. [certo]
Devem-se evitar, igualmente, o uso não autorizado das expressões “de modo a”, “de maneira a”, “de forma a”, as quais, a bem da norma culta, devem ser substituídas por “de modo que”, “de maneira que”, “de forma que”.
Exemplos:
Os políticos falam de modo a impressionar os cidadãos. [errado]
Os políticos falam de modo que impressionam os cidadãos. [certo].
NOTA — É erro grosseiro dizer-se também “de maneira[s] que”, “de modo[s] que”, “de forma[s] que”. O substantivo dessas expressões jamais varia: “de maneira que”, “de forma que”, “de modo que”.
Nada obstante, jamais deixaremos de atentar para o fato de que “As razões da divergência são mais úteis do que as da concordância, porque suscitam reflexão e o reexame de nossas opiniões.” — B. CALHEIROS BOMFIM.
É ou não curiosa e apaixonante nossa inigualável Língua Portuguesa?