ELE NÃO POSSUI “CAPACIDADE” OU “APTIDÃO” PARA O CARGO?

Ainda existem, no Brasil e em Portugal, puristas radicais e vozes autorizadas que simplesmente condenam o uso do vocábulo “capacidade” para significar “pessoa capaz”.

Entretanto, segundo leciona o filólogo VITTÓRIO BERGO:

“CAPACIDADE — Entre outros sentidos, tem esta palavra o de aptidão. Substantivo abstrato, emprega-se comumente como concreto para exprimir pessoa capaz. Mas há autores que condenam tal prática, alegando que ela é largamente usada em francês. O argumento contudo não procede, pois aí está um dos casos típicos de metonímia, de que se servem os melhores escritores, como estes: “A necessidade de formar uma junta em que se unissem as principais capacidades de Portugal foi o pretexto da convocação.” (AH, Composições, 115); “Nem sequer os estadistas o estão, se me é concedido avaliar estas altas capacidades.” (Idem, Opúsculos, II, 242); “Excluem de seus quadros as melhores capacidades.” (Rui).” (Erros e Dúvidas de Linguagem, Livraria Francisco Alves Editora, 7ª ed., 1998, 83-84).

Nada obstante, jamais deixaremos de atentar para o fato de que “As razões da divergência são mais úteis do que as da concordância, porque suscitam reflexão e o reexame de nossas opiniões.” — B. CALHEIROS BOMFIM.

É ou não curiosa e apaixonante nossa inigualável Língua Portuguesa?

David Fares
Enviado por David Fares em 08/04/2012
Reeditado em 08/04/2012
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