ORAÇÕES COORDENADAS
________________________________________
Estudos Gramaticais
Conjunções Coordenativas são aquelas que ligam dois termos (dentro da mesma oração) ou duas orações sintaticamente equivalentes, sendo que ambas as orações ligadas tem sentido completo e independente.
As orações coordenadas podem estar ligadas uma às outras por conjunção coordenativa ou não:
• O carro partiu, ganhou velocidade e sumiu.
Você deve ter observado que o período exemplo é formado por três orações, as quais do ponto de vista sintático são independentes, ou seja, nenhuma exerce função sintática em relação a outra, daí serem chamadas orações coordenadas. Observe-se também que, somente a última oração está ligada a penúltima por uma conjunção coordenativa.
Quando as orações coordenadas não são introduzidas por conjunções recebem o nome de orações coordenadas assindéticas:
• Cheguei, vi, venci.
• Raspou, achou, ganhou.
Observação: As assindéticas, por não virem introduzidas por conjunção devem ser sempre separadas por vírgula: Olhou as árvores, não viu as folhagens.
Quando introduzidas por uma das conjunções coordenativas recebem o nome de orações coordenadas sindéticas:
• Cheguei, vi e venci.
• O carro partiu, ganhou velocidade e sumiu.
As coordenadas sindéticas classificam-se, de acordo com a conjunção que as introduz, em:
Aditivas: ligam pensamentos similares ou equivalentes, exprimindo adição ou soma. São elas: e, nem (= e não), não só... mas também, como também, bem como, não só...mas também. As primeiras unem duas afirmações; as outras, negações:
• Saiu cedo / e voltou tarde.
• O médico não veio / nem me telefonou.
• Ela não só dirigiu a pesquisa / como também escreveu o relatório.
• Não só estudamos as lições / mas também fizemos as tarefas.
Observações:
Usamos a vírgula para separar as orações coordenadas (aditivas) negativas iniciadas pela conjunção [nem]: Ela não era bela, nem elegante, nem culta.
Não usamos as vírgulas para separar as orações coordenadas sindéticas aditivas, iniciadas pela conjunção [e], exceto nestes casos:
a) Quando a conjunção [e] vem, várias vezes, repetida, constituindo aquilo que, em figura de linguagem, chama-se polissíndeto: Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua!
b) Quando as orações ligadas pela conjunção [e] tiverem os sujeitos diferentes: O menino não se mexeu, e Paulo desejou matá-lo.
• À noite não acabava, e às vezes a miséria se reproduzia.
c) Quando se deseja como recurso estilístico, realçar a oração iniciada pela conjunção [e], ocasião em que a pausa é mais forte:
• Deitara-se cedo, e sonhou.
• Em todo caso repugnava-lhe a ideia de recuar, e foi andando.
d) Havendo ênfase maior, costuma-se também usar o travessão, como se pode ver nestes exemplos:
• A teimosia recusava os conselhos – e estava ali.
Adversativas: ligam orações que contrastam entre si. São elas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante.
• Sofri muito, porém espero uma recompensa.
• Saiu cedo, mas chegou atrasado.
• Estudava muito, contudo não tinha método.
Observações: Emprega-se [mas] sempre no "começo da oração"; as demais podem vir ora no início da oração, ora após um dos seus termos:
• Vá onde quiser, mas fique morando conosco.
• Vá onde quiser, porém fique morando conosco.
• Vá onde quiser, / fique, porém, morando conosco.
As conjunções [e], [antes], [agora], [quando] são adversativas quando equivalem a [mas]: Carlos fala, e (mas) não faz.
• O bom educador não proíbe, antes (mas) orienta.
• Sou muito bom; agora (mas), bobo não sou.
Alternativas: ligam orações que se excluem ou se alternam. As mais utilizadas são: ou, ou...ou, quer...quer, ora...ora, já...já:
• Façam mais gols, ou perderemos o jogo.
• O professor ora brinca, ora fala sério.
• Ou você estuda, ou você trabalha.
Conclusivas: ligam duas orações, sendo que a segunda encerra a dedução, a conclusão ou a consequência de um raciocínio. São elas: logo, pois, portanto, por conseguinte, por consequência, por isso, assim:
• Sônia estudou bastante, portanto fará uma boa prova.
• Não saiu cedo, logo chegou atrasado.
Observação: Pois (introduzindo uma conclusão) vem sempre posposto a um termo da oração a que pertence e, portanto, isolado por vírgulas:
• Não obedece à ordem, é, pois, um rebelde.
Explicativas: ligam duas orações, sendo que a segunda oração se apresenta explicando ou justificando a anterior. São elas: que, porque, pois (antes do verbo) , porquanto:
• Não demore, que o filme já vai começar.
• Sai cedo, pois o trânsito está intenso.
Observações: Pois (introduzindo uma explicação) vem, sempre, após a vírgula que introduz a oração: O exame era difícil, pois não havíamos estudado.
Como reconhecer o [porque] explicativo? Toda vez que você puder substituí-lo pela palavra [que] ele será explicativo:
• Não faça isso, (que) porque estamos aqui para ouvi-lo.
• Não corra, porque (que) você pode cair.
Senão é conjunção adversativa quando equivale a [mas sim].
Conseguimos vencer não por protecionismo, senão por capacidade.
Para ter acesso aos Exercícios clique AQUI! ®Sérgio.
__________________________________
Para saber mais sobre o assunto ver: Cegalla, Domingos Paschoal, Novíssima Gramática da Língua Portuguesa; Editora Nacional, 2005. / Savioli, Francisco Platão. Gramática em 44 lições. Ed. Ática, São Paulo, 1993.
Se você encontrar omissões e/ou erros (inclusive de português), relate-me.
Agradeço a leitura e, antecipadamente, qualquer comentário. Volte Sempre!