“EU TE VI” OU “EU VI-TE” ?

Segundo nos ensinam os clássicos e os estudiosos do idioma, tanto faz construir "Eu te vi" ou "Eu vi-te".

Não se diga que os pronomes do caso reto [eu, tu, ele, nós, vós e eles] atraem os pronomes oblíquos átonos [me, te, se, o, os, a, as, nos, vos, lhe e lhes], como ultimamente se tem lido com abundância em revistas e em jornais, uma vez que tal doutrina não se apoia nos fatos da Língua Portuguesa, consoante se infere destes clássicos exemplos:

“Eu contemplava-os...” (Machado de Assis, Poesias Completas, p. 382).

“Ela via-o marchar com outros...” (Camilo Castelo Branco, Novelas, I, p. 95).

“Hermengarda, Hermengarda, eu amava-te muito!” (Alexandre Herculano, Eurico, p. 43).

“Tomando aos atalhos mais curtos, eu encaminhei-me sozinho para o Calpe...” (Alexandre Herculano, Eurico, p. 58).

“Eu me embrulhava amplamente na opa...” (Raul Pompéia, O Ateneu, p. 96).

David Fares
Enviado por David Fares em 12/03/2012
Reeditado em 12/03/2012
Código do texto: T3549630
Classificação de conteúdo: seguro