Preconceito linguístico.
O Brasil é composto por uma grande variedade linguística, mas muitas vezes essa variedade é ignorada para dar lugar a utilização de uma variedade de maior prestigio linguístico; por causa disso, muitos dividem a fala em duas categorias: o falar corretamente e o falar errado, desconsiderando que existem diversos fatores que influenciam na produção da fala, como por exemplo: condição social, comunidade, região, condição histórica, entre outros.
Segundo MAIA(2005:15), "O que se pode questionar é a adequação da fala à situação de comunicação. Os membros das variadas comunidades linguísticas, distribuídas por regiões ou grupos sociais, comunicam-se e são compreendidos utilizando a norma da sua comunidade."
Temos que entender que a variação linguística da fala não é a mesma que aprendemos nas instituições escolares. O professor não deve desconsiderar as variações linguísticas de seus alunos, contudo deve mostrar em quais momentos ou contextos se emprega a norma culta que está presente nas nossas gramáticas.
Vale ressaltar que a língua é dinâmica, muitas vezes algumas regras gramaticais que são colocadas em provas de vestibulares, concursos já estão tão ultrapassadas, que nem mesmo os falantes cultos as utilizam mais; devemos saber também que a discussão sobre a linguística deve vir sempre acompanhada da consciência que existem variedades linguísticas entre os falantes, e estes devem ser respeitados, pois não existe determinada região ou grupo social que fale melhor o português que outro, mas sim, apenas variações, seja lá fonológicas(sotaque) ou não.