O NÓ GÓRDIO , O OVO DE COLOMBO E UMA LIÇÃO
No centro oeste da atual Turquia, havia na antiguidade o reino da Frígia, cujo povo migrou para lá mais ou menos em 1200 a.C.
O reino foi formado no sec. VIII a.C., mas foi dominado sucessivamente pelos cimérios, pela Lídia, pelos persas, pelos macedônios, pelos romanos e, finalmente, pelos turcos. Seu idioma sobreviveu até o sec VI d.C. Sua deusa-mãe era Cibele, a Mãe das Montanhas. Por isso, os templos onde era cultuada situavam-se nas montanhas, vigiados por leões.
A Frígia é também famosa por ter Esopo nascido lá e por ser uma das cidades visitadas por Paulo de Tarso na Anatólia (Ásia Menor).
Mas, é particularmente famosa pela lenda do Nó Górdio ( remonta ao sec. VIII a.C.). O rei da Frígia teria morrido sem deixar herdeiro.
O Oráculo declarou que seu sucessor viria num carro de bois. O camponês Górdio ganhou a coroa. Para não esquecer seu passado humilde, numa coluna do tempo de Zeus, amarrou sua carroça com um nó tão complicado, que ninguém conseguia desatar.
Depois de reinar por longo tempo, Górdio foi sucedido pelo filho Midas,
que transformou o reino da Frígia num império, resultato de suas conquistas bélicas.
Midas também morreu sem deixar sucessor. O Oráculo foi consultado mais uma vez. Ele profetiza: "Quem desatar o Nó Górdio, dominará toda a Ásia Menor".
Durante 500 anos, muitos tentaram desatá-lo.
Em 334 a.C, Alexandre Magno da Macedônia, que já havia conquistado o mundo grego, ao passar pela Frígia, soube da lenda e foi ao templo de Zeus ver o que poderia fazer.
Estudando a situação, partiu o nó em duas partes com sua espada.
E, de fato, Alexandre conquistou e dominou bem mais do que a Anatólia. Dominou o Império Persa e estendeu suas conquistas até à Índia.
Está aí a origem do termo "cortar o nó górdio": Resolver um problema complicado de forma simples.
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A forma como Alexandre "desatou" o Nó Górdio" lembra o como Colombo conseguiu pôr um ovo em pé, na lenda do "Ovo de Colombo". Colombo, ao ser desafiado, quebrou um dos polos do ovo e este pôde ficar em pé: Ou seja, diante de um problema difícil, muito complicado, deve-se tentar formas não convencionais para a solução. Essa é a lição principal dessas duas lendas.