Quem Certo Aprende, Errado Não Ensina

Celso Pedro Luft: "... NEM VALE MAIS..."

Machado de Assis: "... Viver somente,NÃO te PEÇO MAIS nada..." (Brás Cubas.) Camões: "...NÃO ENTRE nele MAIS,mas vai, forçado...."(Soneto). Assim se diz, assim se escreve no ABC da Língua Bunda,porque no ABC da Língua Culta outros termos temos:

Camilo Castelo Branco: " Eulália JÁ NÃO PODIA COORDENAR as ideias............. O cínico JÁ NÃO TINHA coragem para tanto................." ( Uma Praga Rogada Nas Escadas.)

Júlio Ribeiro: ".... a saudade do pai JÁ NÃO ERA dolorosa...." (A Carne.)

Aluísio de Azevedo: " .... JÁ NÃO PODIA SUPORTAR a residência no centro da cidade....." ( O Cortiço.)

Camões: " Se JÁ NÃO PÕES ...." (Soneto) "... donde JÁ me NÃO FICA MAIS de resto..." = ... donde JÁ NÃO ME FICA MAIS de resto."(Soneto.) " ....Se JÁ NÃO PÕES a tanta insânia freio, não esperes de mim daqui em diante que possa MAIS amar-te, mas temer-te."(Perfeito.)

Quando o assunto é gramática Machado de Assis é excelente,porém escorrega.Camões idem. No Brasil e no mundo gramática tem um nome: Doutor Napoleão Mendes de Almeida.

Assim se diz,assim se escreve no ABC da Língua Culta: "... JÁ NÃO te PEÇO nada..."(e não: "... NÃO te PEÇO MAIS nada..." M.A.)

" JÁ NEM VALE a antiga distinção entre todos os derivados com i:criação,criança,criatura etc...." (e não: "NEM VALE MAIS a antiga..." Celso Pedro Luft.) "....JÁ NÃO ENTRE nele,mas vai,forçado..." (e não: "...NÃO ENTRE nele MAIS....." Camões).

" A razão é de quem tem, e não de quem quer." Oposto da estupidez,oposto do portuniquim,o alemão...,o inglês casam-se com o latim.Já na terra do Cegalla o olho divorcia do crânio.Quem vencer leva a bengala,e oh! no olho contemporâneo.

Doutor Napoleão: " Já não respirava - CONDENADO é o emprego de mais em orações temporais quando substituível por já:

' O doente JÁ NÃO RESPIRAVA quando o médico chegou' (e não: '... NÃO RESPIRAVA MAIS....')............

É galicismo - diz Vasco Botelho do Amaral - o emprego de mais em frases como ' NÃO VOU lá MAIS', correspondente ao francês 'jé n'y vais plus'; o galicismo é evitado construíndo-se ' JÁ lá NÃO VOU '. Parece que no Brasil - continua o professor Vasco - ocorre com frequência o modo de dizer: ' NÃO TEM MAIS ' por ' JÁ NÃO HÁ.' Como é óbvio não podemos imitar semelhante construção de ressaibo afrancesado.'........." (Dic.de Questões Vernáculas.Ed.Caminho Suave.)

Conforme nos ensinam Napoleão e Vasco Botelho, o certo é dizer e escrever: " Já nem vale..." - "Já não vale...." "Já nem te peço...." - "Já não te peço...."( -e não: "... nem vale mais" [Celso Pedro Luft.] - e não: "... não te peço mais nada...." Machado de Assis.) "...Já não entre nele..."(e não:"... não entre nele mais..." Camões.). Esclarecido fica: Não se estuda gramática para dizer eu sei, eu sou o melhor,não existe tal pensamento. Na fila dos ignorantes eu também caminho, mas afirmar: "Eu só sei que NADA sei." Longe de sábia é também uma expressão ignorante.Se o ser humana sabe que é ser humano e que depende do sol e da água para viver etc,o certo é: "Eu só sei que QUASE nada sei."

Sendo as palavras o veículo da nossa comunicação, só perde quem não estuda a sério a gramática, e nessa área "eu só sei que QUASE nada sei." Idem nas outras áreas e na própria vida.... Contudo,se nos comunicamos com palavras, o estudo da gramática impõe-se: Se o próprio doutor Napoleão nos ensinasse ESTA IMBECILIDADE (O QUE DA PARTE DELE NUNCA OCORREU), o LATIM INTELIGENTE nos derrubaria com nosso próprio coice: "Entorno,s.m.... O cavalo comeu O ENTORNO DA grama." // O cavalo,s.m. é aí SUJEITO da oração em português,em inglês,em espanhol,em francês,em italiano..... E EM LATIM TEM DE IR PARA O CASO NOMINATIVO.Comer é verbo e assim será nas demais línguas.EM TORNO DA(de,do) É LOCUÇÃO PREPOSITIVA EM PORTUGUÊS E TAMBÉM NAS OUTRAS LÍNGUAS.Doutor Napoleão: "EM LATIM AS PREPOSIÇÕES SÓ REGEM DOIS CASOS: ACUSATIVO E ABLATIVO."

Há quem sangue no cérebro não falta, fácil é entender: EM TORNO DE É LOCUÇÃO PREPOSITIVA E NA ORAÇÃO DESEMPENHA FUNÇÃO DE PREPOSIÇÃO. Doutor Napoleão: "Quando a PREPOSIÇÃO se constitui de mais de uma palavra, CHAMA-SE LOCUÇÃO PREPOSITIVA."

Virgílio: " C I R C U M pueri et innuptae puellas canunt sacra = EM VOLTA( EM TORNO - LOCUÇÃO ADVERBIAL) os meninos e as castas donzelas cantam hinos sagrados." ( Gramática Latina. Doutor Napoleão.)

Cândido de Figueiredo (Lições Práticas da Língua Portuguesa,pág. 293): ".... Entre TODAS as línguas cultas do velho e do novo mundo, a portuguesa é talvez a única que, na atualidade, não tem ortografia própria: Cada um escreve como entende, e cada escritor tem razão para fundamentar a sua ortografia ......... SEM GRAMÁTICA NÃO HÁ LÍNGUA CULTA...."

Camões é profundo conhecedor de gramática,todavia comete seus deslizes.E uma disse,mil vezes repito: GRAMÁTICA PARA MIM TEM UM NOME: DOUTOR NAPOLEÃO MENDES DE ALMEIDA.

Uma vez corrigido este português caçanje,xacoco,negô e bunda mesmo - "NEM VALE MAIS" ao invés do correto "JÁ NEM VALE" - temos de corrigir agora o próprio raciocínio:

" A DISTINÇÃO QUE QUEREM [na verdade quiseram] ESTABELECER ENTRE crear (tirar do nada) E CRIAR(amamentar) NÃO SE FUNDA EM RAZÃO ALGUMA, A NÃO SER EM ORTOGRAFIA, AQUI ARBITRÁRIA". (João Ribeiro, dicionário de Fonseca.)

Doutor Napoleão: "... NO NOSSO MODO DE VER, ESSA DISTINÇÃO SÓ É FEITA POR ALGUNS DOCENTES DE NOSSAS ESCOLAS, QUE, SEM PROCURAR SABER O QUE HÁ DE VERDADE SOBRE A QUESTÃO, ASSIM ENSINAM SEUS DISCÍPULOS, OS QUAIS COM IGUAL LEVIANDADE VÃO ESPALHANDO O MAL CRIADO 'crear'......" (Dic.de Questões Vernáculas, Editora Caminho Suave - 1981.)

NO BRASIL, REAFIRMO, NUNCA HOUVE TAL DISTINÇÃO, EXCETO NA LÍNGUA BUNDA, CUJA ORTOGRAFIA ARBITRÁRIA SEMPRE NASCE DE UMA VISÃO CEGOLLÊS.

Quanto à distinção entre recria e recreia,ora,uma coisa é dizer e escrever: o policial recr(i)a o caso; outra: O policial se recr(e)ia com o caso. Porém, tal raciocínio INTELIGENTE E EFICAZ NÃO EXISTE POR CAUSA DE Celso Pedro, Jucá Filho etc.

" O latim, origem dos idiomas românicos, pertence à grande família das línguas indo-europeias,oriundas do antigo aríaco, língua hoje perdida, que era falada pelos povos arianos, RAÇA INTELIGENTE, PODEROSA E FECUNDA DE PASTORES E LAVRADORES a um tempo,cujo berço se supõe ter sido a elevada Planura Central............" (Já chegando a Roma) ".........., ao lado do latim oficial,..., do latim literário e clássico (sermo urbanus),..... é INCONTESTÁVEL a existência em Roma, ainda no tempo de César, do latim vulgar ou popular e campesino (sermo plebeius), da língua falada......" ( Carneiro Ribeiro - Gramática. Texto que encontramos na íntegra também na Gramática do dr.Napoleão.)

Tal é a seriedade do assunto que encontramos instituída oficialmente numa parte do planeta a tal "língua bunda", citada por (mas também anterior a) Alexandre Herculano, Rui Barbosa etc. Porque é "desse latim [ bunda ] popular, falado e não escrito,...., MISTURA BÁRBARA, EXTRAVAGANTE E INDIGESTA, é que se originou a nossa língua [bunda], como todos os idiomas [bundas] neolatinos."

É o que se seguia, e o Brasil, campo fértil para a expansão desta língua "pornográfica", bunda mesmo, chega a querer oficializar imbecilidades como: " entorno,s.m.", "entrega a", "crear", e teimam em tentar querer abolir expressões castiças da língua culta de Vieira etc a expressão "sendo que", a qual dizem esses amadores da língua bunda:Tal expressão (sendo que) não é culta.

DOUTOR NAPOLEÃO MENDES DE ALMEIDA: " Domus (f. _casa).....Outros nomes possuem também esse caso,mas é fácil decliná-lo porque a terminação é sempre igual à do genitivo, SENDO QUE o locativo de domus termina em i como se fosse da 2a declinação....." ( GRAMÁTICA LATINA, LIÇÃO 22,PÁGINA 83. ).

É deste LATIM INTELIGENTE que obtemos criar, recriar e recrear. Se Camões tivesse escrito: Neste famoso sítio se recr(i)a o láscivo Cupido, entenderíamos que o láscivo Cupido era aí cr(i)ado novamente. JÁ NÃO HÁ (e não: "não tem mais") aqui nenhuma "creação" de língua bunda: " Neste famoso sítio se recr(e)ia [se diverte,se deleita,brinca] o láscivo Cupido."

E como SEMPRE se disse e se escreveu CORRETAMENTE: " Na natureza nada se CR(I)A " - e não: nada se "cr(e)a" - "No princípio cr(i)ou Deus o céu e a terra" - e não: No princípio "cr(e)ou Deus...."

".... Cr(i)ou-me Portugal na verde e cara pátria minha Alenquer......." (Camões.)

Tal distinção,porém,não tem sua razão de ser em Camões, nem em ....................... Nem no próprio doutor Napoleão, mas sim em sua fonte: " O LATIM, ORIGEM DOS IDIOMAS ROMÂNICOS, pertence à grande família das línguas indo-europeias, oriundas do antigo aríaco,língua hoje perdida, que era falada pelos povos arianos,RAÇA INTELIGENTE,PODEROSA E FECUNDA DE PASTORES E LAVRADORES...."

É DESTE LATIM INTELIGENTE, QUE NÃO SE IMPÕE POR DIPLOMAS, NEM SE CURVA AOS DIPLOMAS, QUE COLHEMOS RECREIA E RECRIA COM CONJUGAÇÃO E SENTIDOS DIFERENTES. É TAMBÉM DESTE LATIM INTELIGENTE QUE TEMOS CIRCUM...1.PREPOSIÇÃO DE ACUSATIVO A) EM VOLTA DE (EM TORNO DE).....DICIONÁRIO LATIM-PORTUGUÊS FRANCISCO TORRINHA. QUEM ENSINA ERRADAMENTE QUE ENTORNO É SUBSTANTIVO MASCULINO CERTAMENTE NUNCA ABRIU UM DICIONÁRIO DE LATIM.

E É DESTE MESMO LATIM INTELIGENTE QUE TEMOS EM PORTUGAL A FORMA EXCLUSIVA(ÚNICA) DO VERBO CR(I)AR, INDEPENDENTE DO SENTIDO, CONJUGANDO-SE SEMPRE DE FORMA REGULAR: Eu crio, tu crias, ele cria etc.

O Brasil, graças a Deus, aboliu de vez este INÚTIL e pornográfico e mal criado "crear", cujo berço, antes de Rui e de Herculano, antes dos Napoleões, antes de César e de Cícero, já se cr(i)ava e recr(i)ava pela tal língua bunda, ou língua "cegollês", que é uma mistura grande de imbecilidade coroada de não menor insensatez.

Américo Paz
Enviado por Américo Paz em 25/01/2012
Reeditado em 12/02/2012
Código do texto: T3460105
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