Se uma certa morena quisesse me namorar, ainda que houvesse muitos riscos de vida, eu diria: "Pois não!"
1- Ultimamente, quando um repórter anuncia o estado grave de alguém, ele diz “Há risco de morte”.
Eu cresci escutando “risco de vida” e considero bastante apropriada a expressão, pois dizer que há risco de vida significa dizer que a vida da pessoa está ameaçada, podendo obviamente resultar em sua morte.
Todos nós que crescemos escutando a expressão “risco de vida” compreendíamos assim, portanto eu acho que não há necessidade alguma de alterar o vocábulo “vida” pelo vocábulo “morte”.
Para reforçar minha opinião, vamos analisar agora a expressão “Pois não!”, considerando o seguinte diálogo:
_ Você pode fechar a porta para mim?
_ Pois não!
Nesse diálogo a pessoa que respondeu demonstra boa disposição para fazer o que lhe foi solicitado, utilizando a expressão “Pois não!” a fim de confirmar sua boa vontade.
Se a gente seguir o rigor que faz a expressão “risco de vida” mudar para “risco de morte”, teríamos de dizer “Pois sim!” em vez de usar a já consagrada expressão “Pois não!”.
Claro que tal mudança não faz sentido algum.
Na prática a expressão “Pois sim!” ressaltaria uma desaprovação e má vontade conforme exemplifico abaixo.
A funcionária contente com sua promoção diz:
_ Eu sou a mais inteligente e competente, por isso consegui ser promovida.
A colega que escuta fala num tom irônico:
_ Pois sim!
Peço licença para registrar que eu pretendo continuar usando somente a expressão “risco de vida” sem me preocupar com a opinião geral.
2- Todos sabemos que os concursos e vestibulares costumam cobrar, em suas provas, a regência do verbo “namorar”. Questões que envolvem a regência desse verbo funcionam como pegadinhas.
O verbo “namorar” não pede a preposição “com” conforme todos crescemos escutando e falando.
Dessa forma seria perfeitamente aceitável a frase “Maria namora com seu irmão aos domingos na praça do bairro em que moram.”
Nesse caso, os dois irmãos saem juntos para namorar, sendo que ela vai namorar o seu namorado e ele a sua namorada.
Ainda que compreendamos assim, coloquialmente sempre será possível e completamente natural falar tal verbo utilizando a preposição “com”.
Conversar dessa maneira não causará nenhum embaraço na comunicação habitual, mas, no momento de responder a uma prova de vestibular ou de concurso, é importante respeitar a regência que a Gramática recomenda.
Isso tudo é muito tranqüilo e permite que sigamos sem nenhum trauma, livres da necessidade de buscar a ajuda de um terapeuta.
3- Não apenas uma vez tive a oportunidade de escutar, assistindo televisão, “Houveram dificuldades”, “Haverão problemas”.
Esse tipo de equívoco me parece realmente sério e digno de atenção, pois as frases destacadas, antes de qualquer esclarecimento referente à concordância verbal, soam muito mal.
Quanto à polêmica que citei acima sobre a expressão “risco de vida”, me parece ser apenas o resultado de um preciosismo ou de um exagero que não tem maior relevância nem traz ameaça alguma à boa saúde de nossa querida língua portuguesa.
Obrigado!
1- Ultimamente, quando um repórter anuncia o estado grave de alguém, ele diz “Há risco de morte”.
Eu cresci escutando “risco de vida” e considero bastante apropriada a expressão, pois dizer que há risco de vida significa dizer que a vida da pessoa está ameaçada, podendo obviamente resultar em sua morte.
Todos nós que crescemos escutando a expressão “risco de vida” compreendíamos assim, portanto eu acho que não há necessidade alguma de alterar o vocábulo “vida” pelo vocábulo “morte”.
Para reforçar minha opinião, vamos analisar agora a expressão “Pois não!”, considerando o seguinte diálogo:
_ Você pode fechar a porta para mim?
_ Pois não!
Nesse diálogo a pessoa que respondeu demonstra boa disposição para fazer o que lhe foi solicitado, utilizando a expressão “Pois não!” a fim de confirmar sua boa vontade.
Se a gente seguir o rigor que faz a expressão “risco de vida” mudar para “risco de morte”, teríamos de dizer “Pois sim!” em vez de usar a já consagrada expressão “Pois não!”.
Claro que tal mudança não faz sentido algum.
Na prática a expressão “Pois sim!” ressaltaria uma desaprovação e má vontade conforme exemplifico abaixo.
A funcionária contente com sua promoção diz:
_ Eu sou a mais inteligente e competente, por isso consegui ser promovida.
A colega que escuta fala num tom irônico:
_ Pois sim!
Peço licença para registrar que eu pretendo continuar usando somente a expressão “risco de vida” sem me preocupar com a opinião geral.
2- Todos sabemos que os concursos e vestibulares costumam cobrar, em suas provas, a regência do verbo “namorar”. Questões que envolvem a regência desse verbo funcionam como pegadinhas.
O verbo “namorar” não pede a preposição “com” conforme todos crescemos escutando e falando.
Dessa forma seria perfeitamente aceitável a frase “Maria namora com seu irmão aos domingos na praça do bairro em que moram.”
Nesse caso, os dois irmãos saem juntos para namorar, sendo que ela vai namorar o seu namorado e ele a sua namorada.
Ainda que compreendamos assim, coloquialmente sempre será possível e completamente natural falar tal verbo utilizando a preposição “com”.
Conversar dessa maneira não causará nenhum embaraço na comunicação habitual, mas, no momento de responder a uma prova de vestibular ou de concurso, é importante respeitar a regência que a Gramática recomenda.
Isso tudo é muito tranqüilo e permite que sigamos sem nenhum trauma, livres da necessidade de buscar a ajuda de um terapeuta.
3- Não apenas uma vez tive a oportunidade de escutar, assistindo televisão, “Houveram dificuldades”, “Haverão problemas”.
Esse tipo de equívoco me parece realmente sério e digno de atenção, pois as frases destacadas, antes de qualquer esclarecimento referente à concordância verbal, soam muito mal.
Quanto à polêmica que citei acima sobre a expressão “risco de vida”, me parece ser apenas o resultado de um preciosismo ou de um exagero que não tem maior relevância nem traz ameaça alguma à boa saúde de nossa querida língua portuguesa.
Obrigado!