A MÚLTIPLA REGÊNCIA DO VERBO “MEDITAR”
O verbo MEDITAR [= “fazer meditação”, “refletir”, “pensar”, etc.], segundo se extrai da lição dos clássicos, pode ser TRANSITIVO DIRETO [TD] ou INDIRETO [TI].
Quando TRANSITIVO INDIRETO [TI], pode, INDIFERENTEMENTE, reger as preposições “EM” e “SOBRE”.
Exemplos:
O religioso Tibúrcio, ao deitar-se, sempre medita “a” Santa Escritura. [TD]
O religioso Tibúrcio, ao deitar-se, sempre medita “na” Santa Escritura. [TI]
O religioso Tibúrcio, ao deitar-se, sempre medita “sobre” a Santa Escritura. [TI]
E para aqueles que ainda duvidam da vernaculidade do emprego do verbo MEDITAR regendo a preposição “SOBRE”, vale transcrever, aqui, um exemplo colhido de nosso notável escritor MACHADO DE ASSIS: “Helena releu o escrito e meditou longo tempo sobre ele.” (Helena, p. 142).
Leciona o filólogo CELSO PEDRO LUFT:
“meditar 1. Meditar (em, sobre...). Fazer meditação, i. é, atenção intensa do espírito; pensar, refletir.// 2. (menos us.) Meditá-lo. Pensar, refletir sobre, considerar; estudar (livro, assunto, autor, etc.); planejar, projetar. (ABC da Língua Culta, Editora Globo, 2010, p. 278).
É ou não curiosa e apaixonante nossa inigualável Língua Portuguesa?