“DIZE” OU “DIZ” COMO ELE O FEZ ?

A forma imperativa DIZ, equivalente a DIZE, embora menos usada pelos intelectuais, é facilmente encontrada em notáveis escritores e até mesmo no latim. Em CAMILO CASTELO BRANCO, por exemplo, em mais de uma obra, deparamos com exemplos de forma apocopada [= mudança fonética que consiste na supressão de um ou vários fonemas no final de um vocábulo].

Exemplo:

“Diz-lhe que eu não fugi de cobarde.” (Anos de Prosa, p. 75).

Em latim os verbos “facere”, “dicere”, “ducere” tinham essa forma apocopada (“fac”, “dic”, “duc”). Sirva de exemplo este famoso trecho de uma carta de CÍCERO: “Tu ‘fac’ ut tuam et Tulliae ualetudinem cures.” [= “Tu ‘faze’ (faz) que cuides de tua saúde e da tua Túlia.”].

O mesmo fenômeno se dá com verbos portugueses FAZER e TRAZER: FAZ = FAZE; TRAZ = TRAZE.

Observação: A forma COBARDE, redigida no exemplo pelo isento Camilo Castelo Branco, é uma variante de COVARDE.

É ou não curiosa e apaixonante nossa inigualável Língua Portuguesa?

David Fares
Enviado por David Fares em 27/11/2011
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