RORÁIMA OU RORÃIMA

RORÁIMA OU RORÃIMA

Para nós, do interior do Estado de São Paulo, pode parecer pedante quando os locutores de tantas mídias globais dizem “Roráima” e não o nosso familiar “Rorãima”, com o suave sabor nasalado. Afinal, ninguém vai chupar cána e nem comer bánána, deitado na cáma da fáma de uma tal de Ána.

Mas há uma razão para que se diga “Roráima”, que não submete as palavras acima à mesma “desnasalação”. Enquanto em “banana” temos vogais isoladas e que “puxam” o efeito nasalante do “n” que as sucede, em Roraima temos um ditongo decrescente e esse efeito nasalante deveria afetar a vogal “i” (o que não é o caso) e não a vogal “a”, que está distante do “m” – portanto, nada justifica nasalar essa vogal. Se fosse um hiato, tal consideração seguiria mais cabível, como em “caímos” (não tente dizer “cãímos" – inclusive a palavra cãimbra é pouco autorizada, sendo preferível a forma cãibra, dispensando-se o “m” nasalador do “i”, mas recorrendo-se ao til para termos o “a” nasalado).

Saudações ao bravo povo de Roráima.

Rafael Teubner da Silva Monteiro, Araraquara, SP