“EU O[S] A[S] VI ONTEM” OU “EU [LHE] [LHES] VI ONTEM”?

O verbo VER é TRANSITIVO DIRETO; logo, pede OBJETO DIRETO. Muita gente bem vestida diz, equivocadamente: Eu LHE[S] vi. Deve-se, a bem do idioma, evitar esse solecismo. Eu O[S] vi ou A[S] vi é a sintaxe correta, assim como: Quero VÊ-LO ou VÊ-LA com saúde; Hei de VÊ-LO ou VÊ-LA feliz; Procurei VÊ-LOS ou VÊ-LAS no cinema.

Redigir, por exemplo, “Nunca LHE vi tão perto”, é simplesmente atropelar uma regra comezinha de gramática ou de sintaxe.

É bem verdade que o insubstituível MACHADO DE ASSIS escreveu: “Vi-lhe o dedo em tudo.” (Histórias sem Data, p. 48). Ocorre que LHE, aqui, não é complemento do verbo VER; funciona como ADJUNTO ADNOMINAL de dedo, pois é simples possessivo (= SEU, DELE).

É ou não curiosa e apaixonante nossa inigualável Língua Portuguesa?