PROVAS “COSTUMADAS” OU “COSTUMEIRAS”?
O grande CÂNDIDO LAGO prelecionou: “Empregar a palavra costumeira... é outro erro do nosso meio, porque costumeira é um substantivo (como se pode ver em qualquer dicionário português), e nunca adjetivo.” (O Que é Correto, p. 101).
Alguns vernaculistas e escritores têm empregado costumeiro em lugar de costumado. O notável RAUL POMPÉIA escreveu: “jurisprudência costumeira.” (O Ateneu, p. 188).
Entretanto, segundo recomendam as vozes mais autorizadas, é preferível redigir como o grande e insubstituível MACHADO DE ASSIS: “Fez o escritor o costumado quilo...” (Poesias Completas, p. 163).
O implacável MÁRIO BARRETO, sempre seguro no escrever, redigiu: “No discurso que o Sr. Rui Barbosa, com a sua costumada eloqüência pronunciou no Teatro Lírico, disse...” (Novos Estudos, p. 104).
GUERRA JUNQUEIRO cinzela estes versos: “O abade, inda na cama,/Ouvindo do melro o costumado canto,/Ficou ardendo em chama.” (A Velhice, p. 157).
Costumeira, como substantivo, no sentido de usança, lê-se em CÂNDIDO DE FIGUEIREDO: costumeiras disparatadas (Problemas, III, 26).
É ou não curiosa e apaixonante nossa inigualável Língua Portuguesa?