“DESPREZÁVEL” e “DESPREZÍVEL”

É muito comum — sobretudo entre nós — a confusão estabelecida entre estes dois conhecidíssimos adjetivos.

A 5ª e última edição [2009] do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa – VOLP consigna, na p. 275, a existência, entre nós, desses dois adjetivos [DESPREZÁVEL] e [DESPREZÍVEL].

Não obstante, ainda que já existam dicionários, no Brasil e em Portugal, dando esses adjetivos como sinônimos, é conveniente diferençá-los em sua verdadeira significação, como o faz, aliás, a última edição do notável DICIONÁRIO HOUAISS.

A distinção é, de todo em todo, aconselhável, embora praticamente no Brasil só se veja “desprezível” sendo usado no sentido de “desprezável”.

DESPREZÍVEL utiliza-se, por exemplo, em relação a uma pessoa “que mereça desprezo”. DESPREZÁVEL, por seu turno, deve usar-se em relação a tudo aquilo “que pode ser desprezado”. Assim, por questão lógica, um objeto qualquer pode até ser “desprezável”, mas jamais “desprezível”.

DESPREZÁVEL — É o que se pode desprezar; o que passível de ser desprezado; o que não deve ser levado em conta; o que não é incluído no cômputo.

DESPREZÍVEL — É o merecedor de desprezo; abjeto, vil, ignóbil, contemptível, vergonhoso, insignificante.

É ou não curiosa e apaixonante nossa inigualável Língua Portuguesa?

David Fares
Enviado por David Fares em 16/10/2011
Reeditado em 16/10/2011
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