“REGISTRAR” OU “REGISTAR” UM DOCUMENTO?
Segundo lecionam os grandes estudiosos do idioma, REGISTRAR e REGISTAR são formas variantes há muito tempo.
A 5ª e última edição [2009] do Vocabulário Ortográfico da Lingua Portuguesa – VOLP consigna, na p. 712, os dois verbos [REGISTAR] e [REGISTRAR], dando-os como sinônimos.
O notável e insubstituível CÂNDIDO DE FIGUEIREDO preferia REGISTO a REGISTRO e baseava a sua preferência no latim “regestum”.
O renomado LEITE DE VASCONCELOS, por sua vez, provou que a origem imediata é o arcaico “registro”, cujo “r” se sincopou por dissimilação. Há casos idênticos na história da língua: rosto (de “rostru”), rasto (de “rastru”), etc.
O filólogo CÂNDIDO DE FIGEIREDO dogmatizava assim: “A verdade, porém, é que a forma exata, rigorosa, é “registo” e “registar”, sem “r” depois do “t”."
AUGUSTO MORENO, por seu turno, responde nestes termos ao ilustre filólogo intransigente: “Mas não é a verdade toda. A verdade toda é que também é “registro” e “registrar”, com o tal “r”, que também entra no francês “registre”, no castelhano e italiano “registro”, no português dos nossos melhores mestres e até no latim pelo menos de Vopisco. E nem o “regestum”, se este é o étimo, se opõe a isso, como a “stella” se não opõe à “estrela”, nem o “last” e o “mast” ao “lastro” e ao “mastro”.” (Joio na Seara, p. 188).
É ou não curiosa e apaixonante nossa inigualável Língua Portuguesa?