"PASSO A PASSO DA ACENTUAÇÃO GRÁFICA E REFORMA ORTOGRÁFICA/2009"/ "NOTA DA ABL"-5ª ed. VOLP.

(prof.: Ademir Rêgo de Oliveira)

REFORMA ORTOGRÁFICA.

CARTILHA SOBRE ACENTUAÇÃO GRÁFICA – LÍNGUA PORTUGUESA.

I. Quanto às normas a respeito das palavras MONOSSÍLABAS, OXÍTONAS, PAROXÍTONAS e PROPAROXÍTONAS, nada mudou.

a- MONOSSÍLABAS TÔNICAS: terminadas em “A/E/O” – seguidas ou não do fonema ‘s’ – são acentuadas, porém, as palavras com a mesma estrutura, terminadas em “I/U” – seguidas ou não do fonema ‘s’ – não são acentuadas.

(PÁ – PÉ – PÓ – SÓS – MÊS – MÁS..........RI – BIS – NU – PUS).

b. Palavras OXÍTONAS terminadas em “A(S) / E(S) / O(S); EM(ENS)” são acentuadas, mas, esse tipo de palavras terminadas em “I(S) / U(S)” – não são acentuadas.

(CAJÁ – CAFÉ – CIPÓ – ATRÁS – ATRAVÉS -..........-(CAJU – SIRI – BAMBUS – SACIS).

c. Palavras PAROXÍTONAS terminadas em “R / L / N / X / PS / Ã(S) / ÃO(S) / EIS / I(S) / UM(UNS) / US/ DITONGO CRESCENTE”, recebem o acento gráfico convenientemente.

(CARÁTER – FÁCIL – HÍFEN – LÁTEX – BÍCEPS – AMÁVEIS – FÓRUM – VÍRUS – ÓRFÃO – LÁPIS – COLÉGIO).

d. Palavras PROPAROXÍTONAS – todas da língua portuguesa são acentuadas.

(ABÓBORA – SÁBADO – LÍQUIDO – MALÉFICO – MATEMÁTICOS).

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II. Quanto às REGRAS ESPECIAIS de acentuação gráfica, houve mudanças.

a. O TREMA (¨), que não é acento gráfico, pois se trata do sinal que marca a sonoridade da letra ’U’ –sem ser tônico-, após o fonema ‘G’ ou ‘Q’, foi abolido apenas nas palavras pertencentes à língua portuguesa. Ele será mantido nas palavras estrangeiras e nas suas derivações.

(LINGUIÇA / CINQUENTA / PINGUIM.......... MÜLLER – MÜLLERIANO).

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b. O ACENTO DIFERENCIAL (acento usado em palavras HOMÔNIMAS, diferenciando tão somente a classe gramatical entre elas) foi abolido de forma parcial. Existem exceções.

(PARA –verbo/ PARA –preposição).

Exceções: PÔR / PÔDE / FÔRMA. Sendo que a última é aceitável sem o acento: FORMA.

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c. Os DITONGOS ABERTOS “EI / EU / OI” ,nas palavras PAROXÍTONAS, perdem o acento gráfico, entretanto fica preservada a tonicidade aberta. Mas, nas palavras OXÍTONA e MONOSSÍLABA, o acento está mantido.

(IDEIA / PROSOPOPEIA / JIBOIA..........RÉU / HERÓI).

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d. Deixam de ser acentuados os HIATOS DOBRADOS “EE / OO”.

(VOO / ENJOO / CREEM / LEEM).

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e. Aboliu-se o acento gráfico nas letras “I /U” – tônicas – nas palavras PAROXÍTONAS quando precedidas de DITONGO. Existem exceções.

(FEIURA / CHEIINHO..........PIAUÍ –estado brasileiro; TEIÚ –tipo de lagarto; TUIUIÚ –espécie de cegonha).

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f. Não se acentua a letra ‘U’ –tônica- das formas verbais quando precedida do ’E’ ou ‘I’.

(ARGUI / APAZIGUE / AVERIGUE).

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O HÍFEN – APÓS A REFORMA ORTOGRÁFICA.

1.As forma “ALÉM / AQUÉM / RECÉM / BEM / SEM” – sempre com o HÍFEN.

(ALÉM-FRONTEIRA / AQUÉM-MAR / RECÉM-CASADO / BEM-VINDO / SEM-VERGONHA).

Observação: O advérbio BEM quando aglutinado ao segundo elemento, não usa o HÍFEN.

(BENFAZER / BENQUERER).

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2. Quando o primeiro elemento “MAL” tem o segundo elemento iniciado por VOGAL, H ou L, usa-se o HÍFEN.

(MAL-ESTAR / MAL-HUMORADO / MAL-LIMPO).

Atenção: O termo ‘MAL’ com o significado de DOENÇA, sempre com HÍFEN, exceto haja elemento de ligação.

(MAL-CADUCO – epilepsia / MAL-FRANCÊS – sífilis..........MAL DE ALZHEIMER).

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3. Emprega-se o HÍFEN nos nomes geográficos compostos formados por “GRÃ – GRÃO; por formas verbais; ou ligados por artigo.

(GRÃ-BRETANHA / GRÃO-PARÁ / PASSA-QUATRO / BAÍA DE TODOS-OS-SANTOS).

Observação: Os demais nomes compostos são escritos sem HÍFEN.

(AMÉRICA DO SUL / BELO HORIZONTE).

Exceções para os topônimos: (GUINÉ-BISSAU / TIMOR-LESTE).

Entretanto os adjetivos gentílicos derivados de nomes geográficos compostos, com o seu elemento de ligação, terão o HÍFEN.

(MATO-GROSSENSE / MATO-GROSSENSE-DO-SUL).

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4. Grafam-se com HÍFEN os nomes compostos que designam espécies BOTÂNICAS, ZOOLÓGICAS e ÁREAS AFINS – ligados ou não por preposição ou qualquer outro elemento.

(BEM-TE-VI / COCO-DA-BAHIA / JOÃO-DE-BARRO / ERVA-DOCE / COUVE-FLOR).

Observação: Os nomes previstos acima (item 4) que apresentarem aplicação diferente, não receberão o HÍFEN.

(BOLA-DE-NEVE – arbusto europeu / BOLA DE NEVE – o que toma vulto rapidamente; BICO-DE-PAPAGAIO – planta / BICO DE PAPAGAIO – nariz adunco; NÃO-ME-TOQUES – planta / NÃO ME TOQUES – melindre).

Atenção: (BEM-ME-QUER..........MALMEQUER).

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5. Com os PREFIXOS terminados em VOGAL:

“AGRO – ALBI – ALFA – ANTE – ANTI – ÂNTERO – ARQUI – ÁUDIO – AUTO – BI – BETA – BIO – CONTRA – ELETRO – ENTRE – EURO – ÍNFERO – INFRA – ÍNTERO – ISO – MACRO – MEGA – MICRO – MULTI – NEO – NEURO – ORTO - POLI – PÓSTERO – PSEUDO – SEMI – SOBRE – SÓCIO - SÚPERO – SUPRA...”.

a.Usa-se o HÍFEN se o segundo elemento iniciar com VOGAL igual à VOGAL final do primeiro elemento.

(ANTI-INFECCIOSO / ARQUI-INIMIGO / CONTRA-ALMIRANTE / MICRO-ONDA / SEMI-INTERNO / SOBRE-ESTIMAR).

b. Juntam-se, sem HÍFEN, se o segundo elemento iniciar com VOGAL diferente da VOGAL final do primeiro elemento.

(ANTIAÉREO / EXTRAESCOLAR / AEROESPACIAL / AUTOAPRENDIZAGEM / HIDROELÉTRICA / MEGAOPERAÇÃO / SEMIÁRIDO / CONTRAOFENSIVA / SOCIOECONÔMICO/ POLIESPORTIVO).

Atenção: Em alguns encontros de VOGAIS iguais, a fusão das mesmas pode ocorrer, com em:

(TELE-ESPECTADOR por TELESPECTADOR / RADIO-OUVINTE por RADIOUVINTE).

c. Se o segundo elemento iniciar por ‘R’ ou ‘S’, dobra-se a consoante.

(ANTESSALA/ ANTIRRELIGIOSO / ANTISSOCIAL / CONTRARREGRA / INFRASSOM /MINISSAIA).

d. Se o primeiro elemento termina por “VOGAL, R ou B” e o segundo elemento começa por “H”, emprega-se o HÍFEN.

(ANTI-HERÓI /ANTI-HEMORRÉGICO /AUTO-HIPINOSE /EXTRA-HEPÁTICO /INTER-HEMISFÉRICO/ SEMI/HISTÓRICO / SUB-HUMANO / SUPER-HOMEM / SOBRE-HUMANO / TRI-HÍDRICO).

Observação: Algumas palavras com PREFIXO ‘RE’ devem ficar juntas visto que já são de uso consagrado.

(REIDRATAR / REUMANIZAR / REABITAR / REABILITAR / REAVER).

Atenção: Com os PREFIXOS “DES, IN, NA”, o segundo elemento também perde o ‘H’ inicial.

(DESUMANO / INÁBIL / ANEPÁTICO).

Entretanto: na forma reduzida “AN (-N) = A-“ –seguido de ‘H’– a tradição o mantém com o HÍFEN. (A-HISTÓRICO).

Cuidado: Com o primeiro elemento terminado por ‘B’ (AB, OB, SOB, SUB) ou ‘D’ (AD), e o segundo elemento começar por ‘R’, emprega-se o HÍFEN.

(AB-RUPTO / AD-RENAL / OB-ROGAR / SOB-RODA / SUB-RÉPTIL).

MAS: em “AB-RUPTO” é preferível “ABRUPTO”.

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6. Com o primeiro elemento “EX (anterioridade ou cessação) - SOTA – SOTO – VICE – VIZO”- Emprega-se o HÍFEN.

(EX-ALMITANTE / SOTA-MESTRE / SOTO-CAPITÃO / VICE-REITOR / VIZO-REI).

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7. Com os termos “NÃO / QUASE”, na função prefixal, não se emprega o HÍFEN.

(NÃO FUMANTE / NÃO VIOLÊNCIA / NÃO PERIÓDICO / QUASE DELITO).

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8. Sendo o primeiro elemento “PÓS – PRÉ – PRÓ” (acentuados graficamente), usa-se HÍFEN.

(PRÉ-VESTIBULAR / PÓS-OPERATÓRIO / PRÓ-EUROPEU).

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9. Com o primeiro elemento terminado em “M ou N” e o segundo elemento iniciado por “VOGAL, B, H, M, N ou P”, emprega-se o HÍFEN.

(CIRCUM-NAVEGAÇÃO / PAN-AMERICANO / PAN-BRASILEIRO / CIRCUM-HOSPITALAR).

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10. NÃO SE USA O HÍFEN EM LOCUÇÕES:

I.SUBSTANTIVA. (CÃO DE GUARDA / SALA DE JANTAR).

II.ADJETIVA. (AMOR DE MÃE / JANELA DE VIDRO).

(UM ABRAÇO)

professor: Ademir Rêgo de Oliveira.

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“NOTA EXPLICATIVA DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS” (ABL)

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Para viabilizar a 5ª edição do VOLP (Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa), junto ao Acordo de 1990, ficaram estabelecidos quatro princípios que garantem fiel compromisso aos propósitos dos signatários oficiais: (SIC - ABL)

“Respeitar a lição do texto do Acordo; Estabelecer uma linha de coerência do texto como um todo; Acompanhar o espírito simplificador do texto do Acordo; Preservar a tradição ortográfica refletida nos formulários e vocabulários oficiais anteriores, quando das omissões do texto do Acordo.”

A Comissão determina as seguintes medidas:

1. Restabelecer o acento gráfico nos paroxítonos com ditongo “ei” e “oi” quando incluídos na regra geral dos terminados em “-r”. (Méier; Destróier; Blêizer).

2. Restabelecer o acento circunflexo nos paroxítonos com o encontro “ôo” quando incluídos na regra geral dos terminados em “-n”. (Herôon).

3. Incluir na regra geral de acentuação os paroxítonos terminados em “-om”. (Iândom; Rádom: variante de “Rádon”).

4. Incluir o emprego do acento gráfico na sequência “ui” de hiato quando a vogal tônica for “i”, como na 1ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo. (Arguí).

5. Limitar as exceções de emprego do hífen às palavras explicitamente relacionadas no Acordo, admitindo apenas as formas derivadas e aquelas consagradas pela tradição ortográfica dos vocabulários oficiais, como “passatempo”.

6. Incluir no caso 1° da Base XV o emprego do hífen nos compostos formados com elementos repetidos, com ou sem alternância vocálica ou consonântica de formas onomatopeicas, por serem de natureza nominal, sem elemento de ligação, por constituírem unidade sintagmática e semântica e por manterem acento próprio, bem como as formas derivadas, conforme preceitua o texto oficial: “blá-blá-blá”; “reco-reco”; “trouxe-mouxe”; “zigue-zaguear”.

7. Incluir no caso 3° da Base XV, relativo às denominações botânicas e zoológicas, as formas designativas de espécies ou produtos afins derivados, conforme prática da tradição ortográfica: “azeite-de-dendê”; “bálsamo-do-canadá”; “água-de-coco”.

8. Excluir do emprego do hífen as formas homógrafas de denominações botânicas e zoológicas que têm significações diferentes àquelas: “bico de papagaio”; “nariz adunco”; “saliência óssea”.

9. Excluir o prefixo “co” do caso 1°, a), da Base XVI por merecer do Acordo exceção especial na Obs. Da letra b) da mesma base XVI e por também poder ser incluído no caso 2°, letra b), da Base II (“coabitar”; “coabilidade” etc.). Assim por coerência, “co-herdeiro passará a “coerdeiro”.

10. Incluir, por coerência e em atenção à tradição ortográfica, os prefixos “re-“, “pré-“ e “pro-“ à excepcionalidade do prefixo “co-“, referida na Obs. Da letra b)- do caso 1° da Base XVI: “reaver, reeleição, preencher, proótico”.

11. Registrar a duplicidade de formas quando não houver perda de fonema vocálico do 1º elemento e o elemento seguinte começar por “h-“, exceto os casos consagrados, com eliminação desta letra: “bi-hebdomadário e biebdomadário, carbo-hidrato e carboidrato, mas cloridrato”.

12. Incluir entre as locuções, portanto não hifenadas, as unidades fraseológicas constitutivas de lexias nominalizadas do tipo de “deus nos acuda”, “salve-se quem puder”, “faz de conta” etc.

13. Incluir o emprego do hífen nas locuções latinas quando não aportuguesadas: “ab ovo”, “ad immortalitatem”, “carpe diem”, “in octavo”, mas “in-oitavo”.

14. Excluir o emprego do hífen com o prefixo “an-“ quando o 2° elemento começar por -“h-“, letra que cai, à semelhança dos prefixos “dês-“ e “in-“: “anistórico, anepático”. Na forma “a-“ usa-se o hífen e não se elimina o “h-“: “a-histórico”.

15. Excluir o emprego do hífen nos casos em que as palavras “não” e “quase” funcionam como prefixos: “não agressão”, “não fumante”, “quase delito”, “quase irmão”.

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Professor: Ademir Rêgo de OLiveira.

Profaro
Enviado por Profaro em 11/10/2011
Reeditado em 03/10/2012
Código do texto: T3271181
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