“CONSUMAÇÃO” OU “CONSUMIÇÃO” MÍNIMA?
O correto, segundo lecionam os escritores mais autorizados, é dizer e escrever “Consumição mínima”, e não ”Consumação mínima”, porque "Consumação" no sentido de “consumo” é galicismo [do Francês consommation].
CONSUMAR, em bom português, é "terminar, completar, acabar, realizar, praticar, levar ao auge, aperfeiçoar, requintar".
CONSUMIR, em bom português, é "gastar, devorar, destruir, extinguir, aniquilar, anular, enfraquecer, abater, desgostar, afligir, mortificar, esgotar".
CONSUMAÇÃO [do verbo CONSUMAR] é o "ato de consumar, terminar, concluir, completar, praticar".
Exemplos:
O réu CONSUMOU o delito.
Os atos criminosos foram CONSUMADOS simultaneamente.
CONSUMIÇÃO [do verbo CONSUMIR] é o "ato de consumir", sentido em que a palavra “consumação” NÃO deve ser usada.
Exemplos:
Cordúncio CONSUMIU a mesada em menos de dez dias.
A bela Filisbina CONSUMIU suas riquezas em festas e baladas.
Ensina, a propósito, o gramático e dicionarista LUIZ ANTÔNIO SACCONI:
“consumação obrigatória
Expressão consagrada, mas merece reparos. Quem vai a um barzinho com a namorada, a noiva, ou até com a mulher, muitas vezes está obrigado a consumir um limite mínimo de bebida ou de comida, fixado pela casa. Diz-se, então, que o bar cobra consumação obigatória. Mas o substantivo correspondente de consumir é consumição, e não consumação, que pertence à família de consumar. Entre nós, brasileiros, essa troca já se consumou. Não deixa de ser uma consumação obrigatória...” (Dicionário de Dúvidas, Dificuldades e Curiosidades da Língua Portuguesa, Editora Harbra, 1ª ed., 2005, p. 121).