“CERTO DE QUE” OU “CERTO QUE”?

A elipse da preposição [DE] em contruções desse tipo, ao contrário do que muitos pensam, é muito comum também na linguagem dos clássicos.

Exemplos:

"Estou certo que o leitor não levaria a mal que eu desse neste ponto dois dedos de conversa acerca do meu salvador." (Machado de Assis, Crônicas, I, p. 448).

"Não podemos duvidar que nos dará outro..." (Padre Antônio Vieira).

"Lembrava-se que o pai a prevenira." (Camilo Castelo Branco).

Em nossos apontamentos gramaticais, temos exemplos autorizados das seguintes contruções: “LEMBROU-SE QUE”, “DUVIDO QUE”, “SINAL QUE”, etc.

Aos que censuram, por sua vez, a elipse da preposição [DE] em dizeres como os acima citados, recomendamos a leitura desta magistral lição: “Estar certo que, estar persuadido que, não há dúvida que, maravilho-me que, e outras expressões em que a presposição “de” pode ser omitida com vantagem para a elegância da frase, são corretas.” (Assis Cintra, Questões de Português, p. 213).

Nada obstante, empregamos, por questão de preferência, a construção plena [esteja certo DE que, lembrou-se DE que, duvido DE que, sinal DE que], mas jamais condenaríamos a construção com elipse, pois iríamos de encontro aos fatos da língua.

David Fares
Enviado por David Fares em 19/09/2011
Reeditado em 19/09/2011
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