O IRREVERENTE JÁNIO QUADROS
Pela irreverência janista e pelo pitoresco do quadro vale a pena a leitura. O ex-presidente Jânio Quadros foi professor de português, escritor (contista, mormente), gramático, lexicógrafo (produziu um bom dicionário da língua portuguesa) e especialista, quando presidente, em dar ordens por meio de bilhetes. Em sua campanha à presidência notabilizou-se por aparecer em quadros de TV com uma vassoura (foto ao alto), no rádio com um jingle: “Varre, varre vassourinha”, que ele dizia ser “Para limpar a bandalheira”, mas acabou “fazendo sujeira” ao renunciar à presidência após sete meses de um confuso governo devido a “forças terríveis” (sic). Mas o homem era assaz letrado - gostava de usar os pronomes - e muito austero.
Certa vez fazia uma palestra para estudantes, em São Paulo, em meados de 1978, no aceso de intensa mobilização nacional em favor da anistia. Um rapaz levantou o braço e, de chofre, fez-lhe a pergunta:
- Você é a favor da anistia ampla, geral e irrestrita?
Jânio, claro, não gostou nem um pouco do tratamento. “Você”. Esta não! É demais. E lascou:
- Intimidade gera duas coisas: aborrecimento e filhos. Com o senhor não posso ter filhos e não quero ter aborrecimentos. Por isso, exijo que me respeite. Trate-me de senhor!
Pela irreverência janista e pelo pitoresco do quadro vale a pena a leitura. O ex-presidente Jânio Quadros foi professor de português, escritor (contista, mormente), gramático, lexicógrafo (produziu um bom dicionário da língua portuguesa) e especialista, quando presidente, em dar ordens por meio de bilhetes. Em sua campanha à presidência notabilizou-se por aparecer em quadros de TV com uma vassoura (foto ao alto), no rádio com um jingle: “Varre, varre vassourinha”, que ele dizia ser “Para limpar a bandalheira”, mas acabou “fazendo sujeira” ao renunciar à presidência após sete meses de um confuso governo devido a “forças terríveis” (sic). Mas o homem era assaz letrado - gostava de usar os pronomes - e muito austero.
Certa vez fazia uma palestra para estudantes, em São Paulo, em meados de 1978, no aceso de intensa mobilização nacional em favor da anistia. Um rapaz levantou o braço e, de chofre, fez-lhe a pergunta:
- Você é a favor da anistia ampla, geral e irrestrita?
Jânio, claro, não gostou nem um pouco do tratamento. “Você”. Esta não! É demais. E lascou:
- Intimidade gera duas coisas: aborrecimento e filhos. Com o senhor não posso ter filhos e não quero ter aborrecimentos. Por isso, exijo que me respeite. Trate-me de senhor!