A VOZ REFLEXIVA
Verbos & Dúvidas
A voz reflexiva indica que o ser representado pelo sujeito faz (agente) e recebe (paciente) a ação verbal. Em outras palavras, ele ao mesmo tempo pratica e recebe a ação verbal: Carlos cortou-se com um canivete. A forma verbal cortou-se está na voz reflexiva, porque Carlos é, a um só tempo, agente e paciente, ou seja, ele praticou e recebeu a ação de cortar-se.
Na voz reflexiva, o verbo é sempre transitivo (direto ou direto e indireto) e tem como objeto um dos pronomes oblíquos átonos (pronomes reflexivos) me, te, se, nos, vos. Para sabermos se é reflexivo, basta acrescentar a mim mesmo, a ti mesmo, a si mesmo, a nós mesmos, a vós mesmos, respectivamente. O verbo reflexivo é conjugado com os pronomes reflexivos:
● Considera-te (a ti mesmo = objeto direto) aprovado?
● O garoto feriu-se (a si mesmo = objeto direto).
● O preso suicidou-se.
● O coração nunca mais se (obj. direto) libertava do seu poder (obj. indireto)
Observações: os verbos dos exemplos não expressam, sozinhos, a reflexibilidade. Esta surge com a presença do pronome oblíquo átono da mesma pessoa do sujeito. O pronome substitui o ser que recebe a ação vinda do verbo.
Não se deve atribuir sentido reflexivo a verbos que designam sentimentos como: queixar-se, alegrar-se, arrepender-se, zangar-se, indignar-se e outros. A prova de que não são verbos reflexivos é que não se pode dizer.
Outros Exemplos:
● O garoto magoou-se.
● Nós nos perdemos na serra.
A Voz Reflexiva Recíproca denota reciprocidade, ação mútua ou correspondida. Os verbos, nesse caso, são usados, geralmente, no plural. O pronome oblíquo corresponde a um ao outro, mutuamente:
● Os Presidentes se cumprimentaram (mutuamente).
● Amam-se (amam um ao outro) como irmãos.
● Os dois pretendentes insultaram- (um ao outro, mutuamente) se.
● Gustavo e Amanda se casaram.
● Eles se amam muito. ®Sérgio.
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Bibliografia: Cegalla, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. Ed. Nacional, São Paulo, 1988. / Savioli, Francisco Platão. Gramática em 44 lições. Ed. Ática, São Paulo, 1993.
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